O mercado de trabalho evoluiu muito nos últimos anos e a tecnologia foi o principal fator de mudanças nas profissões e funções dentro das empresas. Em um futuro em que as máquinas podem chegar a substituir a força global de trabalho, como as pessoas devem se diferenciar e garantir o seu espaço?
No último encontro do Comitê de CEOs e Chairpersons da Amcham Paraná (Câmara Americana de Comércio), Miguel Abuhab, fundador e presidente do conselho na NeoGrid, Antonella Satyro, CEO da Future Skills Education e Tayse Orlovas, Associate Partner e Security & Resilience na Kyndryl debateram sobre Business Transformation, o papel do profissional do futuro e a sua relação com o mercado, pessoas e a tecnologia.
Para Abuhab, a tecnologia deve ser usada para proporcionar melhores resultados na cadeia produtiva, mas essa transformação digital não é suficiente. “A grande mudança que ocorre com a chegada da tecnologia é a forma como nos relacionamos através dela”, afirma.
Antonella ressalta a importância das pessoas dentro das empresas e a dificuldade de encontrar profissionais capacitados para trabalhar com o digital. De acordo com pesquisa da Brasscom – Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais, o Brasil tem um grande desafio pela frente. O país tem apenas 53 mil pessoas formadas por ano em cursos de perfil tecnológico e uma demanda média anual de 159 mil profissionais de Tecnologia da Informação e Comunicação. O relatório estima que as empresas de tecnologia demandem 797 mil talentos de 2021 a 2025. No entanto, com o número de formandos aquém da demanda, a projeção é de um déficit anual de 106 mil talentos – 530 mil em cinco anos.
Segundo Antonella, para extrair o melhor da tecnologia é preciso trabalhar no aprimoramento e capacitação técnica dos profissionais, porém no âmbito humano isso é mais complexo. “Se analisarmos a maioria das causas de demissões, elas não se dão por falta de capacidade técnica, mas sim por problemas comportamentais, pela falta de inteligência emocional. E como adquiri-la? Através de experiências”, explica.
“O papel do líder do futuro mudou, além de traçar estratégias, tem que saber ouvir pessoas, tem que se concentrar em redesenhar o capital humano e identificar pontos fortes. Com a pandemia, a saúde mental se tornou uma questão importante, ou seja, um líder precisa entregar o trabalho técnico mas também cuidar dos seus funcionários com responsabilidade e pensamento analítico”, reafirma Antonella.
Tayse pontuou etapas para as empresas se manterem relevantes dentro do contexto da jornada de transformação dos negócios. Segundo a especialista, existem três momentos de transformação: a otimização, o crescimento e a aceleração. “Vivemos a quarta Revolução Industrial, uma pandemia… vivenciando um contexto desafiador, de vulnerabilidade e incertezas. O momento sugere um ecossistema de colaboração, de parcerias entre líderes para desmistificar essa jornada”, explica.
Esses e outros desafios do mercado nos dias de hoje são temas de debates mensais dentro da Amcham. O objetivo da entidade é criar um ambiente favorável de negócios por meio de boas práticas de mercado, capacitação profissional e cidadania empresarial. A instituição visa facilitar relações empresariais, gerar negócios, ser ponte no relacionamento governamental e internacional, além de prover conteúdos que amplificam o conhecimento de seus associados. Quem tiver interesse em conhecer mais sobre esse trabalho pode acessar o site www.amcham.com.br/curitiba e ficar por dentro de tudo que acontece.