A Web3, também conhecida como a internet descentralizada, é uma evolução na maneira como a internet é organizada, visando torná-la mais segura, além de proporcionar maior controle aos usuários sobre seus dados e suas interações online. Essa nova geração da internet tem um potencial significativo para melhorar e agilizar os processos de verificação de identidade, fundamentais nos sistemas de KYC (conheça seu cliente) e KYB (conheça seu negócio) – fundamentais para o combate à lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e outras atividades ilícitas.
Dados da Estatista mostram que 46% dos aplicativos financeiros são baseados na tecnologia Web3. Quanto aos demais aplicativos, 8,9% dos apps da categoria social e da categoria de ferramentas e utilitários também utilizam o Web3, bem como 5,8% dos aplicativos de negócios e 5,7% dos jogos. Por fim, 19,5% combinados de aplicativos em todas as outras categorias também utilizam essa tecnologia.
Com o boom de tecnologias descentralizadas em anos recentes – destacando blockchain, machine learning e inteligência artificial –, é possível observar um movimento em direção à descentralização de dados e uma internet transparente e segura. Algo que parece quase estranho em comparação com a centralização da Web 2.0, a vigilância de dados e a publicidade predominante muito precisa. Essa é a opinião de Tony Petrov, diretor jurídico da Sumsub – plataforma que protege toda jornada do usuário.
Petrov afirma que tudo isso está direcionando o mundo para uma Web 3.0, em que os usuários interagem de forma descentralizada, mas com segurança. “De dinheiro a informações, todas as trocas serão realizadas sem a necessidade de empresas de tecnologia, bancos ou qualquer outro intermediário. Mas vale dizer que principais dificuldades ainda se concentram na verificação do usuário e no armazenamento e transferência de dados”.
De acordo com o especialista em prevenção à lavagem de dinheiro (PLD), no contexto de KYC e KYB, o blockchain e os contratos inteligentes podem ser usados para armazenar e compartilhar informações de identificação de maneira segura e controlada, reduzindo a necessidade de intermediários e eliminando pontos únicos de falha. Além disso, a imutabilidade do blockchain garante a integridade das informações armazenadas e evita fraudes e falsificações.
“O blockchain permite a criação de um histórico confiável de transações e eventos. Os contratos inteligentes são códigos executados automaticamente no blockchain, que podem ser usados para automatizar processos e torná-los mais eficientes e seguros”, diz Petrov – chamando atenção, ainda, para o fato de que a Web3 também promove o conceito de identidade digital autossoberana (SSI).
“O SSI coloca o indivíduo no centro do processo de gerenciamento de identidade, permitindo que os usuários tenham total controle sobre seus dados e decidam como, quando e com quem compartilhá-los”, explica o especialista. “A identidade digital é composta por várias credenciais verificáveis, emitidas por diversas fontes confiáveis, como governos, instituições financeiras e outras organizações”.
Ao adotar a SSI nos processos de KYC e KYB, as instituições podem acessar informações de identificação mais confiáveis e atualizadas, permitindo uma verificação mais rápida e eficiente. Isso também diminui a necessidade de repetir processos de verificação em várias instituições, melhorando a experiência do usuário e reduzindo custos operacionais.
Lançado recentemente pela Sumsub, o Guia de Verificação do Usuário na Web3 apresenta um checklist para se trabalhar com dados do usuário em blockchain e enfatiza a importância da privacidade e da segurança dos dados, abordando as crescentes preocupações sobre o uso indevido de informações pessoais. O material gratuito também reúne as principais abordagens para verificação do usuário na Web3, bem como o que as empresas criptográficas alcançam com o KYC reutilizável.
“Utilizando criptografia avançada e protocolos seguros de compartilhamento de dados, a Web3 permite que as informações de identificação sejam compartilhadas apenas com partes autorizadas e de maneira controlada. Isso é especialmente relevante para os sistemas KYC e KYB, que lidam com informações sensíveis e estão sujeitos a rigorosas regulamentações de proteção de dados”, diz Petrov – ressaltando que a descentralização proporcionada pela Web3 diminui a dependência de intermediários e reduz a possibilidade de fraudes e manipulações.
No contexto de KYC e KYB, as instituições poderão colaborar e compartilhar informações de identificação de maneira mais fácil e segura, agilizando o processo de verificação e evitando a duplicação de esforços. “A padronização dos formatos de dados e protocolos de comunicação também é um elemento chave da Web3, facilitando a integração de sistemas e a adoção de novas tecnologias. Isso é especialmente útil no cenário global de regulamentações, já que a consistência e a conformidade com os padrões internacionais são cruciais”.
Na opinião do especialista em PLD, essa maior transparência também pode fortalecer a confiança entre os usuários e as instituições, incentivando a cooperação e a conformidade com os processos de verificação de identidade. “A Web3 representa uma evolução significativa na forma como a verificação de identidade é conduzida nos sistemas de KYC e KYB. A descentralização, interoperabilidade, padronização e transparência contribuem muito para um ambiente mais colaborativo e confiável, permitindo uma verificação de identidade mais ágil e eficaz”.
Segundo Tony Petrov, essa capacidade adaptativa viabilizada pela Web3 é fundamental para garantir a conformidade e a eficácia desses sistemas, além de facilitar a cooperação entre diferentes jurisdições e agências reguladoras, melhorando a coordenação e a troca de informações no combate à lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e outras atividades ilícitas.
Interessados em baixar gratuitamente o Guia de Verificação do Usuário na Web3 devem acessar o link