O 5G é a quinta geração de redes móveis. Anteriormente, a rede 1G era usada nos primeiros telemóveis, que só permitiam falar. A tecnologia 2G, por sua vez, introduziu o SMS (Short Message Service – em português, Serviço de Mensagens Curtas), e aos poucos o smartphone se tornou uma ferramenta cada vez mais ampla de comunicação. Com o 3G, a Internet foi incorporada aos telefones celulares. Por fim, a banda larga (4G) trouxe a reprodução de vídeos em tempo real (streaming).
A primeira cidade brasileira a receber o 5G chegou em Brasília, em julho do ano passado. Aos poucos, todas as capitais adquiriram o sinal, sendo as últimas capitais em outubro de 2022. No início deste ano, enfim, em 30 de janeiro de 2023, a Claro anunciou sua primeira expansão de cobertura 5G para cidades que não fossem capitais. A operadora anunciou o início da rede de quinta geração em 38 novos municípios de 10 estados brasileiros. De acordo com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), 1610 cidades terão a faixa do 5G liberada até o final do primeiro semestre deste ano. Até o momento, 140 municípios tiveram a liberação.
Segundo a Anatel, o foco do 5G não está somente no incremento de taxas de transmissão, mas também na especificação de serviços que permitam o atendimento a diferentes aplicações. Em novembro de 2021, a Anatel realizou o leilão de espectro 5G no Brasil para essa nova tecnologia e, em julho de 2022, já havia mais de 3 milhões de linhas 5G no país, ao contrário do 4G, que levou quase 3 anos para atingir esse mesmo número de usuários no país.
Para Roberto Mario Lazcano Gomez, executivo na área de Telecomunicações e TI, diferentemente das tecnologias anteriores como 3G e 4G, a adoção da tecnologia 5G no Brasil está sendo muito mais rápida que as anteriores. Ele conta que o próximo passo é avançar com a implantação do 5G em cidades com mais de 500 mil habitantes, que deve ser o foco em 2023. “A implementação do 5G abre uma série de oportunidades para avanços em veículos autônomos, automação da indústria de manufatura, telemedicina e realidade virtual”.
As vantagens do 5G
Segundo a Anatel, o aumento das taxas de transmissão (maior velocidade), a baixa latência (redução do tempo entre o estímulo e a resposta da rede de telecomunicações) e a maior densidade de conexões (aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área) são alguns avanços esperados para o 5G em relação ao 4G.
O 5G tem a vantagem de poder entregar mais de 100 vezes a capacidade do 4G, o que significa maior desempenho para o usuário, diz Roberto Mario. Ele afirma que não terá mais o problema de carregar páginas ou informações intermitentes, pois a quinta geração oferece uma tecnologia mais eficiente para acessar a Internet. “Em termos de download, por exemplo, de filmes e vídeos, o tempo será de segundos, enquanto no 4G foram minutos”.
Entre outras melhorias estão a maior eficiência espectral (incremento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético) e maior eficiência energética dos equipamentos (redução do consumo de energia, com consequente aumento da sustentabilidade). Gomez diz que todas as tecnologias possuem algumas desvantagens, e em relação ao 5G, pode-se citar a cobertura limitada e baixa capacidade de transmissão quando comparada ao que a tecnologia 4G oferece nesse quesito.
A tecnologia 4G tem dificuldades em lidar com muitos dispositivos conectados ao mesmo tempo, como eventos esportivos e shows, Gomez explica que o 4G foi projetado para suportar no máximo 2000 dispositivos por quilômetro quadrado, enquanto o 5G é projetado para lidar com 1 milhão de dispositivos nesta mesma área de cobertura. “Isso se refletirá automaticamente em uma melhor experiência para os usuários. Além de oferecer vários tipos de conectividade, dependendo do dispositivo conectado”, ressalta.
No 4G, a conexão com todos os dispositivos era “da mesma medida”. Já o 5G oferece conexões “customizadas” em suas características de velocidade e desempenho. Gomez fala cita como exemplo a conexão com um Smart Watch. “No nível de velocidade será diferente. A conexão com um dispositivo da indústria para gerenciar cadeias produtivas em tempo real”, explica o executivo.
A tecnologia 5G apresenta-se como uma grande oportunidade de monetização para as operadoras móveis, pois impulsiona novas tecnologias na área de consumo, como jogos online, acesso sem fio fixo, novas experiências de imersão para os usuários.
Segundo os dados de janeiro da Anatel, a TIM é a operadora com o maior número de estações licenciadas na frequência de 3,5 GHz, que funciona o 5G, com 3.715 antenas em todo o Brasil. A Vivo aparece em seguida, com 1.867 pontos, enquanto a Claro possui 1.526 antenas. “As operadoras móveis devem considerar esses casos de uso de serviço digital para diferenciar sua oferta 5G”, finaliza Gomez.