A enxaqueca é uma doença neurológica, crônica, caracterizada por dores de cabeça recorrentes e atinge muitas pessoas, sendo mais frequente no sexo feminino. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cefaleia, cerca de 140 milhões de brasileiros sofrem com dores de cabeça. Esse número representa mais de 50% da população do Brasil, que atualmente é de quase 213 milhões de pessoas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O médico Gelson Luís Koppe, neurorradiologista intervencionista do Hospital VITA, de Curitiba, explica que o problema tem um forte componente genético, mas também está associado ao consumo de determinados alimentos (queijos, embutidos, adoçantes com aspartame), hábitos de vida (estresse, alterações do sono e excesso de exposição ao sol) e transtornos de humor (ansiedade e depressão).
De acordo com o médico, as características da dor podem variar muito de pessoa para pessoa, mas em geral a sensação é de dor de um lado da cabeça, latejante. Cada episódio dura de quatro a 72 horas e apresenta sintomas como náuseas, vômitos e sensibilidade a barulhos, luz e cheiros.
“Não existem exames específicos para diagnosticar a condição, a identificação é feita por meio da avaliação médica dos sintomas relatados pelo paciente e exame físico por profissional experiente na área, preferencialmente um neurologista”, destaca o médico.
As crises de dor podem ser combatidas com analgésicos de efeito rápido, reduzindo a dor, mas o principal pilar de tratamento da enxaqueca é a prevenção, que pode ser feita com medicamentos ou métodos não medicamentosos. A adoção de hábitos saudáveis deve ser recomendada a todos os pacientes que sofrem de enxaqueca, como relaxamento, atividades físicas regulares, alimentação equilibrada e sono regular, além de evitar qualquer estímulo que precipite a dor (como certos tipos de alimentos e hábitos).
O Dr. Gelson acrescenta que existem também medicações que podem ajudar no controle da dor crônica, chamados de “preventivos da enxaqueca”, mas estes só devem ser indicados de acordo com a frequência da manifestação da enxaqueca.
De uma forma geral, são medicamentos ingeridos via oral, e o paciente deve fazer uso diariamente para prevenir que a dor de cabeça se manifeste. “Toda a medicação pode potencialmente levar a efeitos colaterais, portanto a decisão sobre iniciar um tratamento medicamentoso deve ser cuidadosamente realizada com um profissional médico experiente na área”, alerta.
O Dr. Gelson conta que, recentemente, outros medicamentos foram incorporados nas terapias de prevenção da enxaqueca, como medicações injetáveis com necessidade de aplicações menos frequentes. “Outras terapias como aplicações de toxina botulínica e infiltrações analgésicas podem ser utilizadas em casos específicos”, destaca o médico.
Segundo o Dr. Gelson, é importante frisar que o tratamento deve ser individualizado, guiado por um profissional experiente na área, sempre dando atenção para os hábitos de vida do paciente, as características e manifestações das dores de cabeça e preferências de tratamentos pelo paciente.
Texto publicado originalmente em: https://paranashop.com.br/2022/08/prevencao-e-tratamento-da-enxaqueca/