Ter um Green Card é o sonho de muitas pessoas que buscam novas oportunidades e qualidade de vida nos Estados Unidos. Mas, para conseguir o documento que permite um cidadão estrangeiro residir permanentemente no país, é necessário atender a uma série de exigências. Dados do DOL (Department of Labor), o Ministério do Trabalho americano, apontam que o EUA atingiu a marca de 11,2 milhões de vagas de trabalho abertas em julho de 2022.
Segundo o BLS (Bureau of Labor Statistics), o índice de pessoas empregadas em agosto de 2022 estava um ponto percentual abaixo do nível de fevereiro de 2020, antes da pandemia. Para tentar frear o aumento das demissões, houve aumentos de 0,5% e 0,3% no salário mínimo por hora em julho e agosto, respectivamente. Além disso, também deve-se considerar a recuperação econômica pós-pandemia, que tem gerado mais oportunidades de trabalho.
O site Infomoney divulgou que as 10 profissões mais promissoras nos EUA são enfermeiro, desenvolvedor de software, gerente de operações, gerente financeiro, cirurgião/médico especialista, contador, advogado, especialista em marketing/análise de mercado, analista de gestão e gerente médico.
A CEO da L2 Visas Solutions, Natalia Luz, advogada no Brasil e atualmente buscando sua licença profissional também nos Estados Unidos, explica que o Green Card é o nome popular dado ao documento de autorização de residência permanente nos Estados Unidos. “Para cada ano fiscal, que vai de outubro a setembro, o país estabelece um número de green cards que poderão ser concedidos a estrangeiros que desejam morar no país de maneira permanente”, disse.
Segundo Luz, esses green cards podem ser concedidos com base em alguns fatores, como questões humanitárias, promoção de diversidade cultural, relações familiares ou relações de trabalho. “É muito comum ouvir pessoas dizendo que para conseguir um green card é preciso se casar com um americano ou uma americana. Embora essa seja, de fato, uma das maneiras mais populares e conhecidas, felizmente essa não é a única opção para nós brasileiros”, esclarece.
Categoria de vistos EBs
A advogada brasileira ressalta que, além de pedidos baseados em relações de família, também é possível ser bem-sucedido na obtenção do documento por intermédio de um processo que se baseia em relações de trabalho, conhecido como EB (Employment Based). “Isso dependerá das qualificações profissionais de uma pessoa, ou seja, levando em conta tanto a formação acadêmica quanto a experiência profissional”, afirma Luz.
A CEO da L2 Visas Solutions explica que os processos EB são divididos em categorias de preferência, que vão de 1 a 5. “Por serem baseados em relações de trabalho, muitos dos processos requerem o envolvimento de um empregador americano, seja ele uma empresa, entidade religiosas ou até mesmo indivíduos”, salienta.
A advogada brasileira prossegue: “Entretanto, há solicitações que podem ser aplicadas sem a participação de um patrocinador e que, sendo bem embasadas e atentas em buscar atender o máximo de critérios estabelecidos pelo serviço de imigração americana, também tem boas chances de sucesso”, afirma, acrescentando que o EB2-NIW é o principal deles. “Ele é destinado a indivíduos com grau avançado de educação e/ou com habilidades excepcionais, mas que não têm o tal do patrocinador”.
Para Luz, considerando que um dos principais requisitos para se obter o Green Card pela categoria EB2-NIW é o nível de educação do aplicante, é nítido o aumento de profissionais vindo do Brasil graças a revolução na educação de nível superior que vem ocorrendo no país nos últimos 30 anos.
A advogada brasileira destaca ainda que o estrangeiro que possui um curso superior já é mais qualificado do que boa parte da população americana. “Por esse motivo, o maior mercado de trabalho do mundo está carente de mão de obra qualificada, o que significa oportunidades para imigrantes qualificados”, avalia.
De acordo com USCIS (U.S. Citizenship and Immigration Services), uma pessoa que se enquadra no EB2-NIW deve ter grau avançado de educação (bacharelado e mestrado ou 5 anos de experiência na área) ou habilidades excepcionais como, por exemplo, comprovar 10 anos de experiência em um mesmo ramo de atividade, possuir algum tipo de licença ou certificação necessária para exercer a sua profissão, além de outros elementos que possam denotar que o profissional é acima da média em sua área.
Luz salienta que há elementos discricionários do NIW pelos quais o oficial da imigração precisa entender que a presença desse profissional traz benefícios para os Estado Unidos e que ele está bem qualificado para trabalhar no país, por exemplo. “Para isso, mais uma série de documentos precisam ser submetidos, mas com a estratégia correta e auxílio de profissionais experientes, é possível construir argumentos sólidos que suportem esse tipo de aplicação”, conclui.