Os imprevistos logísticos podem gerar diversos prejuízos para uma empresa, colocando, muitas vezes, sua reputação em xeque. Isso porque um levantamento divulgado em abril deste ano pelo Procon de São Paulo registrou um aumento de 653% de queixas, na comparação entre o segundo semestre de 2019 e 2021. Só em 2021 foram registradas quase 500 mil. E até o mês de março de 2022, 128 mil demandas foram contabilizadas. Os principais motivos foram a demora ou não entrega de um produto.
Um levantamento global realizado pela Moosend em 2020 traz destaque a outro fator: o valor alto do frete. De acordo com a pesquisa, ele é responsável por gerar até 60% dos carrinhos abandonados nas lojas virtuais. E, em 2022, segundo o Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado da NTC&Logística (CONET), o aumento do diesel pode tornar o frete até 29% mais caro para o consumidor final.
Para Alessandro Baamonde, Gerente Nacional de Vendas da Costa Brasil, empresa especialista em Operações de Transporte Multimodal (OTM), a elaboração de estratégias e planejamentos internos, com o suporte dos setores da empresa, que envolvem questões como qualidade de envio, tempo de entrega e fluxos administrativos, são essenciais para se manter preparado ao sinal de qualquer imprevisto.
“O cenário mundial é sempre muito incerto; temos como exemplo a Guerra na Ucrânia. Já o cenário nacional não é tão diferente, estamos lidando com a inflação e, além disso, este é um ano de eleição. Porém, com o controle da pandemia, onde vários setores voltaram à normalidade, teremos um certo crescimento, mas estabilização, creio, que somente em 2023”, comenta Alessandro.
A união de variáveis internas, que são controladas dentro do próprio negócio que afetam diretamente a operação, e externas à empresa, que vão além do controle do negócio, como fatores políticos, tecnológicos, culturais etc., representam oportunidades e ameaças que precisam ser observadas de perto a fim de gerar menos impacto possível no relacionamento com os clientes.
É necessário adotar estratégias para evitar surpresas futuras, como fazer a vistoria frequente das frotas, utilizar tecnologias para monitoramento das cargas e administração dos produtos internos, acompanhar o estoque, além da capacitação de profissionais.
De acordo com Alessandro, mesmo em cenários de calmaria, é preciso estar preparado para as adversidades do setor, principalmente no que se refere a “imprevistos rápidos”, como é caso do aumento repentino do valor da gasolina e do diesel, para evitar que a reputação da empresa corra algum risco. “Nesses casos, temos que intensificar ainda mais o trabalho de redução de custos, sem perder qualidade no serviço, e repassar os aumentos de forma ponderada”, explica o gerente.