Crimes de falsificação de documentos são frequentes e causam enormes transtornos aos envolvidos. É importante ressaltar que de acordo com o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, omitir informações que devem constar em um documento ou declarar conhecimentos falsos a fim de se beneficiar da inverdade é crime e pode gerar de um a cinco anos de prisão. No entanto, não é simples identificar registros inautênticos com certos graus de minúcia por parte dos criminosos.
É no sentido de sanar qualquer dúvida sobre alguma possível assinatura falsa que um profissional pouco conhecido, mas essencial para a manutenção da justiça, é acionado: o perito grafotécnico, responsável por fazer a perícia de assinaturas a fim de verificar a autenticidade das mesmas a partir do conhecimento técnico da grafoscopia. A partir dessa técnica pericial é que se pode afirmar se um documento recebeu assinatura da própria pessoa ou foi falsificado. Porém, poucas pessoas conhecem o trabalho desse profissional, que pode tanto fazer perícias extrajudiciais quanto perícias judiciais.
Os serviços do perito grafotécnico podem ser solicitados por diversas instituições que precisam autenticar a veracidade de documentos, tais como: empresas; escritórios de advocacia; cartórios; bancos; fóruns etc. Para ser um profissional da área não é necessário ter um curso superior, mas profissionais de áreas que lidam com documentações são os que mais se especializam nessa função técnica, como profissionais da área do Direito, História, Letras, Gestão de RH, entre outros. O curso de perícia grafotécnica é oferecido por instituições específicas e há cursos com duração de horas ou até de 3 anos em geral.
Evandro Correia Silva, perito e sócio fundador da Nero Perícias, afirma que essa é uma área profissional de pouco conhecimento do público geral, mas que pode oferecer uma carreira promissora. Segundo Evandro: “Hoje em dia faltam peritos de diversas áreas, mas na área da grafotécnica a escassez é grande. Retrato disso é que os tribunais estão com milhares de processos parados aguardando perícia”. O perito também aponta que o valor em média de uma prestação de serviços grafotécnicos é de R$ 3.500 e que o profissional da área tem certa flexibilidade, pois escolhe quais os trabalhos nos quais pode se dedicar.
O Brasil é um dos países com mais índices de falsificação no mundo. De acordo com o estudo feito pela idtech Unico, e divulgado pela CNN Brasil, foram registrados mais de cinco mil casos de fraude de identidade por hora no país, contudo, a pesquisa contabilizou também 2,1 milhões de casos evitados, que acarretaria em prejuízos de cerca de R$ 59 bilhões. Os crimes de falsificação vão desde assinaturas de documentos, como falsificação de biometria e invasão de sistemas a partir de softwares. Evandro Correia enfatiza que todo conhecimento técnico deve ser valorizado e utilizado para que a celeuma que envolve esse tipo de crime seja mitigada.
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