Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, do zika vírus, da febre chikungunya e da febre amarela. A classificação “arbovírus” engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos).
Orientações do CRMV-GO
O Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Goiás (CRMV-GO) explica a importância dos cuidados para a prevenção das arboviroses durante e após o período chuvoso em Goiás. As principais são: a febre amarela, transmitida por vetores silvestres, que pode ser prevenida por meio da vacinação; e a dengue, a chikungunya e o zika vírus, que são transmitidos pelo mosquito Aedes Aegypti e têm como principais formas de prevenção as medidas de controle dos criadouros deste vetor, além do uso de repelentes e barreiras físicas, como a telagem de portas e janelas.
O Conselho orienta que a população deve evitar o acúmulo de água nos objetos e materiais inservíveis, como latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos, lixeiras, entre outros.
A atuação do médico-veterinário
Ele é capacitado para planejar e coordenar as ações de vigilância e controle das arboviroses com o apoio das equipes de Agentes de Combate às Endemias (ACE). As principais ações desencadeadas pelos Agentes de Saúde são as visitas com orientações voltadas ao manejo integrado dos vetores citados, além da aplicação de inseticidas adulticidas nos locais com ocorrência de vários casos da doença, através de bombas motorizadas de UBV.
Para evitar as arboviroses, eles atuam na saúde pública por intermédio da Vigilância e Controle das zoonoses, das doenças vetoriais e dos acidentes causados por animais peçonhentos. “Nós atuamos em conformidade com as normatizações do Ministério da Saúde e do Conselho Federal de Medicina Veterinária”, alertou o diretor da Vigilância em zoonoses e membro da Comissão Estadual de Saúde Única do CRMV-GO, o médico-veterinário Bruno Sérgio.
Dados e estudos
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), 60% das doenças infecciosas humanas são de origem animal, uma porcentagem que chega a 75%, no caso das chamadas doenças “emergentes”, como ebola, Aids, gripe aviária, SARS e zika.
Além disso, eles participam de estudos e pesquisas em Saúde Pública, inclusive sobre vacinas contra a Covid-19, orientando a respeito dos cuidados com o manejo de resíduos, que previnem e controlam doenças transmissíveis por alimentos, vetores, animais e alterações ambientais, provocadas pelo ser humano e por desastres naturais.
Quais os caminhos para o alcance do controle dessas enfermidades?
A Medicina Veterinária e a Saúde Humana fazem parte do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF). As equipes são formadas por profissionais de diferentes áreas do conhecimento, que atuam de maneira integrada, tendo, em termos sanitários e ambientais, maior capacidade de intervir em problemas e atender às necessidades dos municípios.
A presença dos médicos-veterinários no NASF eleva a qualidade da atenção básica à família. São eles que realizam as visitas domiciliares para diagnóstico de risco à saúde na interação entre seres humanos, animais e meio ambiente. O contato com a população permite sanar dúvidas sobre cuidados gerais, como alimentação, vermifugação e vacinação, melhorando o convívio com os animais de estimação, prevenindo doenças e o abandono nas ruas.
Vale lembrar que o veterinário que trabalha em Saúde Pública tem algumas competências exclusivas, como: inspeção de produtos de origem animal, vigilância entomológica dos vetores, planejamento das ações, coordenação e, inclusive, a execução, que indicam que a atuação do médico-veterinário está ligada também à saúde humana.