Três hidrômetros foram furtados de um conjunto de kitnets em um condomínio de Sorocaba (SP), na madrugada do dia 28 de outubro. O furto causou um vazamento de água no local, que seguiu até o início da tarde, conforme informações apuradas pela TV TEM. Segundo a prefeitura, uma equipe do Saae (Serviço Autônomo de Água e Esgoto) foi até o condomínio, localizado no Jardim Simus, e fez os reparos necessários.
Em setembro, o número de furtos de hidrômetros na cidade aumentou 58% na média mensal de 2022, em relação a igual período de 2021, como mostra uma publicação do jornal Cruzeiro do Sul. Dados do Saae mostram que, somente em 2022, foram notificados 675 casos relacionados a hidrômetros. No ano passado, foram registrados 567 casos, passando de 47 para 75 a cada 30 dias.
Paralelamente, foram registrados 259 BOs (Boletins de Ocorrência) de furtos de hidrômetros na cidade do interior de São Paulo, segundo dados da Polícia Militar publicados pela imprensa local. No último ano, foram registrados 229 BOs, o que indica uma alta de 34% em apenas nove meses.
O registro de BO em caso de furto é uma exigência de parte das empresas para evitar a aplicação de multa, que pode chegar a R$ 126 no caso da Saae. O furto de hidrômetros vem em uma crescente em cidades de todo o Brasil. Os equipamentos contêm materiais como bronze, plástico e vidro e são furtados para serem revendidos como sucata no mercado clandestino.
Hidrômetro: o que é e para que serve?
Leo Caprara, fundador da empresa GLDS – Geofones Digitais, conta que o termo “hidrômetro” vem do grego hydor, que quer dizer “água”, e metron, que significa “medida”. Portanto, o hidrômetro é um equipamento de medição utilizado basicamente para “medir água”. É através do hidrômetro que se consegue medir a quantidade de água que passou por ele em um determinado período de tempo.
“As empresas que cuidam do fornecimento de água tratada utilizam os hidrômetros para medição da água tratada, da distribuição e do fornecimento de água de cada imóvel, baseado nesse consumo é calculada a cobrança proporcional da água”, afirma.
Caprara explica que a diferença entre a quantidade produzida e distribuída é calculada pela soma do consumo marcado pelos hidrômetros e que são chamadas de perdas as ocorrências que ocorrem por vazamentos, furtos e fraudes nos hidrômetros.
Quem arca com os furtos dos hidrômetros?
“Os custos das perdas são rateados entre todos os consumidores. Assim, cada consumidor paga seu consumo mais o rateio das perdas. Quanto maiores forem as perdas, mais cara será a conta a ser paga pelos consumidores”, diz ele.
Questionado a respeito do impacto para um sistema de abastecimento de água de uma cidade do porte de Sorocaba que o furto de três hidrômetros pode trazer, Caprara destaca que o furto dos equipamentos traz consequências para toda a sociedade.
“Podemos classificar em duas situações: a primeira é onde ocorreu o furto do hidrômetro e, de imediato, iniciou um vazamento de água. E a segunda é que essa água será cobrada entre todos os consumidores”, afirma.
Furtos geram diversos danos
O fundador da GLDS – Geofones Digitais acrescenta que, em decorrência de furtos de hidrômetros, também poderá ocorrer danos advindos da água vazando no solo, como infiltrações, movimentação e solapamento do solo, podendo, até mesmo, afetar a estrutura de imóveis, ruas e calçamentos. entre outros.
“O reparo, nesses casos, é bem simples, basta a instalação de novos hidrômetros no lugar dos que foram furtados. Quanto mais rápido, melhor, uma vez que o reparo interrompe as perdas de água”, ressalta.
Para mais informações, basta acessar: https://glds.com.br