O Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) divulgou, em webinar os mais recentes resultados e novas metas da Agenda ESG da Mineração do Brasil. É um conjunto de compromissos, metas, indicadores e ações setoriais para tornar esta indústria mais segura, sustentável e responsável com as pessoas e o meio ambiente, elaborados por 12 grupos de trabalho (GTs).
Entre os principais pontos estão: as mineradoras ampliaram em 85% seu engajamento à Agenda; foi mapeada, em mais detalhes, a presença de mulheres e de pessoas com deficiência nas empresas; o setor vai elevar em 53%, até 2030, o investimento em P&D Tech, e em 15% o consumo de energia junto a fontes renováveis. O tema Mitigação de Impactos Ambientais apresenta resultados surpreendentes. A meta para o setor atingir até 2030 foi estabelecida, no ano passado, pelo índice de áreas protegidas sobre o total de áreas impactadas, igual a 11,8. Os resultados de 2021 mostram que as empresas relatam já ter atingido um indicador de 11,4, ou seja, quase batendo a meta, que poderá vir a ser expandida.
Outros GTs já anunciaram suas metas:
• GT Barragens e Estruturas – fatalidade zero em incidentes;
• GT Saúde e Segurança Ocupacional – atingir zero fatalidades em 2030. Com base em dados fornecidos por 19 empresas, desde 2020 tem havido queda no indicador de fatalidades;
• GT Comunicação e Reputação – o índice de reputação do setor registrado em 2021 foi de 62,3. A meta é evoluir em mais 12% e chegar a 69,8 em 2030. Já o índice das empresas consolidado (média) em 2021 foi de 67,2 e a meta é chegar a 72,3 (8% a mais);
• GT Água e GT Energia – redução do consumo de água em 10% até 2030; e o de energia em 5% até 2025;
• GT Relacionamento com Comunidades – entre os avanços está a construção colaborativa do Guia de Relacionamento com Comunidades para a Mineração, a ser lançado na EXPOSIBRAM 2022 (de 12 a 15/9, em Belo Horizonte);
• GT Diversidade e Inclusão: a meta é dobrar o percentual de mulheres nas empresas e ter 35% na liderança até 2030. A presença de pessoas com deficiência passou de 4% para 4,5% (2021), com meta de 6% até 2030. Em posições de liderança houve evolução de 1% para 1,3%, com meta de chegar a 2,3% em 2030.
“Este balanço busca mostrar onde está o setor mineral e onde ele quer chegar; para que todos possam saber como está a mineração do Brasil em termos de sustentabilidade, de compromisso com as boas práticas, com o meio ambiente e com a sociedade”, disse Raul Jungmann, diretor-presidente do IBRAM, no webinar. Ele explicou que o balanço divulgado hoje “é um início de caminhada, de compromisso. Portanto, é uma longa trajetória que temos à frente, de forma aberta, comprometida, dialogando com todos à volta”.
Segundo o presidente do Conselho Diretor do IBRAM, Wilfred Bruijn, “ESG é a base para a sobrevivência e a longevidade dos negócios. Portanto, estamos falando cada vez mais sobre o tema no nosso dia a dia e na tomada de grandes decisões”, afirmou. Para Rodrigo Vilela, CEO da Samarco, a mineradora “é um exemplo de como o ESG passa a ser fundamental. Estamos reconstruindo a empresa com base em ESG, que é cada vez mais importante na geração de valor pela Samarco”, disse.
O diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, disse no webinar que o setor mineral conhece seus desafios e “sabe cada vez mais o que precisa ser feito, como ser feito e aonde pode chegar. A ação setorial promovida pelo IBRAM (de desenvolver a Agenda ESG) é uma referência e tem que ser seguida por outras entidades setoriais na perspectiva de se fazer mudanças nas empresas, e com as empresas, e também mudar o mercado e as relações de economia”.
O mesmo pensa Tayná Leite, sênior manager do Pacto Global. Ela disse que reconhece a importância “deste tipo de iniciativa (Agenda ESG)” e que espera que ela “influencie mais organizações setoriais a se inspirarem em um documento tão sólido”. A mediação do webinar coube a Ana Cunha, Diretora da mineradora Kinross.
Este ano, a Agenda ESG apresenta uma inovação. O estudo ‘Assessment ESG’ coletou dados que permitiram à Falconi apurar e traçar um retrato de maturidade ESG do setor mineral, em uma amostra de 30 empresas associadas ao IBRAM. Em uma escala de 1 a 5, a média para o setor ficou na escala 4, o que corresponde a uma nota de 66 pontos, em um total de 100 pontos. É um resultado bem positivo em termos de maturidade ESG, avalia a Falconi.