O impacto da pandemia de Covid-19 no mercado aéreo global será sentido até, pelo menos, o ano de 2025, ocasião em que a quantidade de partidas internacionais deverá atingir o nível de viagens de 2019. A estimativa foi divulgada em maio pela GlobalData, empresa de dados e análises, indicando que, daqui a três anos, o número de partidas em todo planeta será de 1,5 bilhão, o que representa 101% do que foi registrado no último ano pré-pandêmico.
De acordo com o estudo, o número de voos previstos para este ano de 2022 corresponderá a apenas 68% do que foi verificado em 2019, devendo chegar a 82% em 2023 e 97% em 2024, antes de atingir a recuperação plena em 2025. O informe deixa claro, contudo, que a trajetória para a recuperação não é linear entre regiões ou países.
Para Hannah Free, analista de viagens e turismo da GlobalData, com a reconfiguração do mercado ocasionada pela atual crise sanitária, os Estados Unidos se tornaram o maior mercado emissor de viagens do mundo em 2021. “As viagens internacionais da América do Norte mostraram melhorias em 2021, pois as partidas internacionais cresceram 15% ano a ano”, afirmou.
Ainda segundo o estudo, as partidas internacionais de países europeus devem registrar números próximos à média global, com 69% dos números de 2019 neste ano de 2022 e 98% em 2025. Já na região da Ásia e do Pacífico, a retomada deve ser um pouco mais lenta – a China, por exemplo, registrou apenas 2% de partidas dos níveis pré-pandêmicos no ano passado.
O estudo não aponta números relativos à América Latina, mas dados oficiais da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) indicam que, no Brasil, a chamada “retomada”, aos poucos, tem sido verificada, com o número de passageiros internacionais nos aeroportos brasileiros crescendo mais de seis vezes em abril deste ano, quando comparado com 2021.
De acordo com os dados divulgados no início de maio pelo órgão, o número de passageiros transportados em voos internacionais do Brasil – ou para cá – em abril foi de 1,13 milhão de viajantes, número mais alto desde o início da pandemia de Covid-19.
Para Anizio Magalhães, CEO da America Chip, uma das empresas mais renomadas do país que atua com roaming internacional, o fato de o setor de turismo internacional ter “batido recordes de vendas neste primeiro semestre” faz com que seja “complicado” fazer qualquer estimativa sobre quando o mercado aéreo internacional irá registrar uma recuperação plena.
O empresário, como especialista, ressalta os dados aferidos pela Iata (International Air Transport Association – Associação Internacional de Transporte Aéreo, em tradução livre), divulgados em abril deste ano, que mostra que as viagens aéreas registraram forte recuperação em março de 2022 em comparação com o mesmo período de 2021, com aumento na procura por voos internacionais da ordem de 76%.
Dessa maneira, apesar de o volume de voos ainda não ter se normalizado em relação ao ano, ele se mostra otimista. “Eu acredito muito que se continuar assim o ano de 2022 será um ano maravilhoso”, diz.
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