Segundo relatório divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) em março deste ano, o resultado da indústria de máquinas e equipamentos em janeiro de 2023 ficou 6,4% abaixo do resultado de janeiro de 2022. Já no setor de importação de máquinas e equipamentos a queda foi 4,1% em janeiro quando comparado ao mês anterior.
Já no relatório apresentado em abril pela Abimaq os dados divulgados mostraram uma queda de 7,8% na receita líquida de vendas da indústria brasileira de máquinas e equipamentos em fevereiro deste ano, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. O valor de venda registrado foi de R$ 21,76 bilhões, representando a nona queda consecutiva nesse setor. No acumulado do primeiro bimestre, o setor registrou uma queda de 7,1%. No entanto, em relação ao mês anterior, houve um aumento de 7%.
De acordo com a Abimaq, responsável pelo estudo, após uma queda de 2% em janeiro, o setor apresentou uma recuperação de 2,7% na ocupação da capacidade instalada em fevereiro, alcançando 77,6% de sua capacidade total. Apesar desta recuperação, a capacidade do setor ainda se encontra 2% abaixo do nível registrado em 2022 (79,2%).
Apesar da queda no setor de máquinas e equipamentos, o desempenho geral da indústria em 2022 foi positivo. A construção também apresentou números favoráveis, com um aumento de 6,9%. No geral, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria contribuiu para um crescimento de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB).
Apesar do desempenho registrado no primeiro bimestre, as projeções para 2023 no setor de comercialização de máquinas e equipamentos destinados à construção são promissoras. O estudo sobre o ramo de locação e venda de equipamentos para o setor de construção civil revelou um período de recuperação e crescimento, com potencial para aumentar as vendas em 2023. O 17º Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção, conduzido pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), estima um crescimento de aproximadamente 4% nas vendas ao longo de 2023, tanto para o segmento de máquinas da categoria “linha amarela” quanto para o setor geral de equipamentos destinados à construção.
O relatório apresentado pela Abimaq mostrou ainda que o segmento de máquinas e equipamentos exportou cerca de US$ 1,2 bilhão, representando o segundo melhor resultado do ano. Ao longo do ano, foram registrados oito meses em que as vendas externas superaram a marca de US$ 1 bilhão, algo que não era observado desde meados de 2012.
Com isso, as exportações do setor alcançaram US$ 12,2 bilhões ao longo do ano de 2022, registrando um crescimento de 21% em relação a 2021. Esse valor representa mais de 20% da receita total do setor. Durante o ano, também houve um aumento na quantidade de bens exportados, embora em uma taxa relativamente menor, de aproximadamente 6,5%.
José Antônio Valente, diretor da empresa de aluguel de equipamentos Trans Obra, afirma que a expectativa de crescimento nas vendas para 2023 apresentada por relatórios e estudos como projeção para o ano, somado ao resultado das vendas para a exportação podem abrir oportunidades para empresas que trabalham com aluguel de gerador, mangotes, bombas e outros grandes equipamentos e máquinas. “A expectativa do setor é de crescimento e as empresas devem estar empenhadas em realizar seu papel oferecendo produtos e serviços de qualidade em favor da boa condução deste setor na indústria brasileira”.