Cuidar melhor do próprio sorriso parece ser um dos objetivos do brasileiro ao procurar serviços de saúde e beleza após o avanço da vacinação contra a Covid-19 e diminuição dos casos de infecção. Entre 2020 e 2021, a necessidade de distanciamento social como forma de combate à doença fez com que esses serviços só fossem buscados em situações emergenciais. No caso de tratamentos dentários, segundo o ranking de buscas do Google Trend 2021, o segundo termo mais procurado no site de buscas dentro da categoria “quanto custa” foi implante dentário.
Fora da internet, a busca por esse tipo de tratamento mostra que o mercado de implantes é promissor e tende a chegar a cada vez mais pessoas. É o que aponta a consultoria Research and Markets, que pesquisa o crescimento em nível global de várias atividades. Somente no ano passado, o mercado global de implantes dentários embolsou US$ 11,30 bilhões. A perspectiva tende a ser ainda maior nos próximos anos, chegando a US$ 18,80 bilhões de lucro neste setor até 2027.
Antes considerado um tratamento demorado e doloroso, novos procedimentos, associados à inovação tecnológica, têm tornado os implantes dentários mais confortáveis e menos traumáticos para os pacientes. Em muitos casos, os implantes dentários necessitam de enxerto ósseo para promoção de uma melhora do leito ósseo que receberá esse implante. De acordo com a dentista Natalia Sarandy de Oliveira Bezerra, o salto de qualidade ao paciente foi observado a partir da técnica de enxerto associado à Fibrina Rica em Plaqueta (PRF).
Além de ser menos invasiva, a utilização desse biomaterial em procedimentos cirúrgicos de enxerto ósseo dental é uma alternativa biológica, viável e bastante satisfatória, pois permite uma cicatrização mais eficaz e rápida, amenizando, assim, os efeitos indesejados do pós-operatório.
“Com essa técnica, podemos observar uma aceleração da neoformação óssea e da cicatrização dos tecidos moles. Além disso, esse biomaterial denominado PRF regula o processo inflamatório e estimula o processo imunológico da quimiotaxia, não havendo risco de transmissão de doenças por se tratar de um material autólogo”, explica a profissional, especializada em prótese e implante dentário.
O procedimento, que tem alto percentual de citocinas, plaquetas e leucócitos, surgiu em 2001, na França. Sua eficácia está associada à capacidade de transformar as células-tronco em células específicas para a formação de ossos (osteogênese) e gengiva. Esse processo é fundamental para reparação de tecidos depois de procedimentos cirúrgicos.
“A grande concentração de leucócitos no plasma também reduz consideravelmente o risco de infecções. Por se tratar de uma modalidade de enxerto autólogo, que é quando o material é retirado do próprio paciente, não existe o risco de rejeição ou infecções”, ressaltou a dentista, que também é especialista em ortodontia e harmonização orofacial estética e funcional.
Uso de próteses dentárias ainda é a principal escolha dos brasileiros para melhorar o sorriso
Apesar do aumento pela procura por implante dentário, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 39 milhões de pessoas usam prótese no país e 16 milhões já perderam todos os dentes. Para quem não tem acesso aos tratamentos particulares, é possível solicitar a prótese nos programas públicos de saúde.
Só pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já foram distribuídas, até julho de 2021, em torno de 300 mil próteses dentárias dentro do programa Brasil Sorridente. A política de governo tem como propósito garantir atendimento odontológico de forma gratuita na rede credenciada, como postos de Saúde, unidades odontológicas móveis, hospitais, entre outros.
Pesquisa Nacional vai mostrar como está a saúde bucal do brasileiro
De acordo com o cronograma do projeto SB Brasil, que pesquisa como está a saúde bucal do brasileiro, no mês de junho encerra a fase de coleta de dados e será dado início da análise do que foi coletado para então se chegar aos resultados, previstos para serem divulgados a partir do mês de novembro de 2022.
A pesquisa, realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais a pedido do Ministério da Saúde, dentro do Programa Brasil Sorridente, vai entrevistar 50.800 pessoas de 422 municípios de todas as regiões do país. Entre outros aspectos, o estudo quer identificar doenças mais comuns na população, como cárie dentária, doenças periodontais, necessidade de próteses dentárias, condições de oclusão, traumatismo dentário e impacto dessas doenças na qualidade de vida das pessoas.
Com os resultados, a ideia é reunir subsídios para elaboração de políticas públicas e programas de promoção, geridas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), de prevenção e assistência em saúde bucal nas esferas nacional, estaduais e municipais.