Fórum Liberdade e Democracia debate experiência do esporte em formar líderes

Fórum Liberdade e Democracia debate experiência do esporte em formar líderes

Qual o impacto do esporte na formação de líderes? É possível uma liderança no mundo corporativo ser forjada ou apreender as lições dos esportes para construir um caminho que o torne campeão no dia a dia? O 9º Fórum Liberdade e Democracia, promovido pelo Instituto de Formação de Líderes de São Paulo (IFL-SP), reuniu esportistas campeões em suas áreas para mostrar que esse trajeto é sim possível. E que quem deseja ser um líder de destaque tem muito a aprender com o esporte.

O IFL-SP reuniu o técnico de vôlei, economista e empresário Bernardinho, o iatista e multicampeão olímpico Torben Grael e o ultramaratonista na Antártica, Bernardo Fonseca. Todos concordaram que para alcançar seus objetivos é preciso passar por um processo árduo e ser capaz de atravessar obstáculos. Não por acaso, Bernardinho pregou que disciplina e resiliência são as palavras-chave para quem quer se tornar um líder de referência.

“Eu sempre busquei estimular as pessoas que estavam do meu lado a atingir o máximo de seu potencial. E é preciso ser transparente em todas as etapas do processo para saber os detalhes da jornada”, disse durante o painel “Como se tornar um campeão: a combinação de habilidades que contribuem para vencer em ambientes adversos”.

Bernardinho aproveitou também para revelar os dois atributos que ele acredita serem necessários para qualquer pessoa que busque atingir o máximo de seu potencial. “É disciplina e resiliência. A disciplina é importante porque muitos jovens têm grande dificuldade de abrir mão das coisas, procrastinam e não se interessam pelo processo. E resiliência é relevante porque é preciso saber se recompor diante de adversidades e não se vitimizar”, explicou o técnico.

A discussão sobre o poder do esporte na formação de lideranças na sociedade não é uma novidade. O filósofo grego Platão já abordava os princípios essenciais e os comportamentos de líderes de sucesso. Coragem e sensibilidade, eloquência na comunicação, assim como contemplação silenciosa temperada por inteligência emocional, como prega o ex-diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos, David Petraeus.

Mas alguns livros têm se destacado nesse ambiente. O ex-jogador de basquete dos EUA, Kobe Bryant, morto em janeiro de 2020 em um acidente de helicóptero, escreveu “Mamba Mentality” ele mostra como se tornou um líder nas quadras e como isso o ajudou no dia a dia. O texto apresenta 14 lições de Kobe sobre liderança. No ponto 9, “desafio dos líderes”, o norte-americano prega a importância de “desafiar as pessoas e deixá-las desconfortáveis”. No décimo ponto, “lidere de acordo com a personalidade”, ele sublinha que é preciso instigar “de forma de forma personalizada” para entender melhor os liderados e “extrair o melhor dele”.

O autor do livro “Hearts Touched with Fire” David Gergen destaca no texto que a liderança é como um time de esporte. “Na maioria das organizações, a parte mais difícil não é apresentar ideias, mas transformá-las em realidade”, escreveu ele, citando como exemplo o James Baker, então chefe de equipe do ex-presidente dos EUA Ronald Reagan.

Transformar ideias em realidade passa também por um processo de ultrapassar adversidades. Torben Grael disse durante o painel serem grandes as adversidades que impedem as pessoas de serem bem-sucedidas em suas áreas. “Uma carreira de sucesso é construída fazendo a renúncia de muitas coisas. E isso é muito difícil porque as distrações são cada vez maiores e impedem as pessoas de atingirem o potencial total”, sentenciou ele que tem na carreira cinco medalhas em seis participações nos Jogos Olímpicos.

Para Bernardinho, o processo de forjar grandes profissionais passa, sobretudo, pelo empenho pessoal de cada um. “O empenho de cada um e a capacidade de superação são realmente os diferenciais no processo de formação”, afirmou.

Já Fonseca, também integrante do painel, destacou que busca carregar o exemplo do esporte para o mundo corporativo. “O mundo corporativo pede pessoas resilientes e insistentes. Precisamos entender as necessidades e inspirar as pessoas. E os que mais se destacam são as pessoas mais comprometidas, que entregam resultado em qualquer ambiente, mesmo em adversidades”, definiu Fonseca.

O Fórum Liberdade e Democracia é realizado desde 2010 pelo IFL-SP, entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo formar líderes com base nos valores de Liberdade Individual, Livre Mercado, Império da Lei e respeito à Propriedade Privada.