As estatísticas divulgadas pelo Banco Central mostraram que o crédito imobiliário voltou a crescer e recuperou o patamar de R$ 16 bilhões por mês. Com isso, a perspectiva para o setor é de aproximar-se do desempenho de 2021, quando o financiamento imobiliário alcançou o pico de sua série histórica.
Em parte, este resultado está associado à recuperação da atividade econômica, bem acima das projeções do início do ano. Com efeito, na edição do Relatório Focus publicada no dia 29, a expectativa de crescimento da economia já estava maior que 2,1% no ano. Ademais, dadas as características econômicas e demográficas, a demanda por imóveis no Brasil continua elevada.
Também houve incentivos regulatórios, como a ampliação do prazo de pagamento do Programa Casa Verde e Amarela, o aumento do valor teto do imóvel atendido pelo programa, ou as mudanças no uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para o financiamento imobiliário.
Para o economista Lucio Silva, do Grupo Euro 17, “este ano o setor tem demonstrado resiliência, mesmo diante do aumento dos juros, os financiamentos devem superar o resultado pré-pandemia. As captações do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, principal funding do crédito imobiliário, e que cresceram no ano passado, este ano registram crescimento mais modesto, mas ainda no campo positivo neste ano”.
Transformação digital
Do lado da oferta, também há novidades importantes neste mercado. A chegada dos aplicativos e plataformas digitais para a negociação de aluguéis, compra e venda, auxiliam as imobiliárias a oferecerem uma gama maior de imóveis, permitindo ao consumidor encontrar aqueles produtos mais adequados às suas necessidades e desejos.
Para os profissionais do setor, a presença em uma plataforma digital amplia o espectro de clientes potenciais e, consequentemente, a participação no mercado. Através da web, os consumidores se informam, pesquisam e economizam tempo e dinheiro.
E há o surgimento de fintechs que oferecem serviços financeiros especializados para este segmento, tanto para atender aos consumidores em busca de imóveis, quanto condomínios à procura de financiamento para suas obras e outros gastos.
Antes da pandemia, pesquisa da consultoria Delloite já apontava que dentre os entraves mais comuns para a aquisição de um imóvel está a burocracia para financiamento, seguida da falta de transparência sobre o processo de venda e entrega do imóvel. Com o distanciamento social decorrente da Covid-19, o uso da internet foi ampliado no Brasil e no mundo, e a digitalização ganhou força e confiança.