A questão da evasão de estudantes no ensino fundamental, médio ou superior, é algo que tem sido evidenciado por pesquisas e estudos sobre a educação no país. No que tange às universidades, um levantamento divulgado em maio pela consultoria IDados indicou que a evasão daqueles sem financiamento no setor privado é mais alta que a observada no setor público.
Além disso, segundo o Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2019, um contingente de 13,8 milhões de jovens com ensino médio completo não deram continuidade aos estudos – a necessidade de trabalhar foi apontada como a principal razão para isso. Neste mesmo sentido, outros 17,5% disseram não ter recursos para bancar os estudos.
Diante deste panorama, o financiamento estudantil para cursos privados no ensino superior tem se configurado como importante mecanismo para que estudantes consigam arcar com os gastos necessários e assim concluam os estudos, garantindo o almejado diploma.
Para Beto Dantas, COO da edfintech Pravaler, empresa especializada em financiamento estudantil há mais de 20 anos,“este recurso ajuda a mensalidade a caber no bolso dos estudantes”, diminuindo os riscos de evasão e possibilitando que “façam de fato a faculdade que querem, não a que conseguem pagar”. Desta maneira, prossegue o executivo, “mais pessoas se capacitam e transformam suas vidas, ingressando no mercado de trabalho ao darem continuidade aos estudos”.
A probabilidade de adentrar o mercado de trabalho, afinal, é muito maior para quem possui curso superior e isso pode ser demonstrado por diversos estudos. Um deles, realizado pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2018, apontou que os brasileiros graduados de 25 a 34 anos que conseguiram emprego representaram uma taxa de 11 pontos percentuais mais alta do que seus pares com escolaridade de nível médio – com um salário 144% maior.
Os meios para se obter um financiamento estudantil
Mas quais são os caminhos para os estudantes possam fazer uso de financiamento para custear um curso de graduação?
Um dos caminhos é o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), programa do governo federal cuja aderência se dá a partir de uma série de requisitos, como a obtenção de uma boa nota no Enem e a inserção em um perfil socioeconômico cujo renda familiar mensal seja de até três salários mínimos por pessoa. Ademais, a adesão ainda envolve um processo seletivo para a seleção dos candidatos e possui limite de vagas. Neste tipo de financiamento, o estudante começa a pagar os custos contratados após a conclusão do curso.
Uma alternativa ao financiamento público é o financiamento estudantil privado, oriundo de instituições financeiras com regras mais flexíveis, que podem ser bancos e edfintechs. As diferentes entidades de crédito universitário possuem suas particularidades na oferta do serviço. Há organizações que contam com modalidades de crédito sem juros, não exigem nota do Enem, oferecem o serviço independente da renda familiar, não possuem um limite de vagas, entre outras características.
Neste caso, o contrato do crédito é feito diretamente com bancos e empresas que são instituições financeiras. Este tipo de crédito estudantil é concedido tanto para quem ainda vai começar a faculdade quanto para quem está na fase de rematrícula.
“Para os cursos de graduação, é permitido financiar apenas um semestre de cada vez, mas o aluno pode recontratar a cada novo semestre, até financiar o curso integralmente”, explica Beto Dantas, ressaltando que a aprovação do financiamento exige que o aluno e seu fiador não podem ter restrições no CPF.
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