De acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde o Câncer de Cabeça e Pescoço é o quinto mais incidente no mundo. A estimativa é de que haja cerca de 1,5 milhões de novos casos e 460 mil mortes a cada ano da doença que abrange tumores malignos na língua, na boca, na laringe, na faringe, nos seios paranasais e na cavidade nasal, nas glândulas salivares, nos ossos da face, na pele e na tireoide. No Brasil, conforme o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são cerca de dez mil mortes, dentre os mais de 43 mil novos diagnósticos no período.
Um dos principais desafios para o tratamento é a demora na identificação da doença, o que segundo o Inca, ocorre em cerca de 76% dos casos. Isso porque, conforme explica Rondinelli Ribeiro médico oncologista do Instituto de Câncer de Brasília (ICB), na maioria dos casos o Câncer de Cabeça e Pescoço não manifesta sinais claros. Assim, com o objetivo de chamar atenção para tumores cujos sintomas, muitas vezes, são negligenciados, em 27 de julho é celebrado o Dia Mundial de Prevenção a este tipo de neoplasia maligna e, para conscientizar os brasileiros sobre a importância do diagnóstico precoce, o Governo Federal sancionou a Lei 14.328/22 que instituiu julho como o Mês Nacional de Combate ao mal.
“Existem alguns sintomas inespecíficos, ou seja, manifestações que podem ser causadas por outras doenças que podem indicar a presença de tumores na região e, por isso, necessitam da avaliação de um especialista para um diagnóstico mais preciso”, pontua. “Alguns dos indícios de alerta são: ferida ou inchaço persistente nas regiões, nódulos na boca, pescoço ou mandíbula, manchas vermelhas ou esbranquiçadas na boca, dores ou uma sensação de queimação durante as refeições, mudanças na tonalidade da voz, e/ ou rouquidão. Se este tipo de câncer atingir ossos, músculos e nervos pode dificultar ainda o movimento de abrir a boca, ou então, caso incida na garganta, pode afetar a respiração, provocando congestão nasal”, reforça Rondinelli.
Prevenção
Adotar hábitos de vida saudáveis, ter uma alimentação balanceada e manter a higiene bucal em dia são medidas preventivas de extrema importância. “Tabagismo e bebidas alcoólicas são os grandes responsáveis pela maioria das lesões malignas de cabeça e pescoço, especialmente quando associados. Somados, o excessivo consumo de álcool e de cigarro apresentam risco de 40 a 100 vezes maior de desenvolver neoplasias na cavidade oral. Parar de fumar, inclusive, é a melhor maneira de evitar a maioria dos cânceres de boca, faringe e laringe”, explica.
Rondinelli defende que o acompanhamento médico periódico também é prática fundamental para prevenção de quaisquer males. “Quando identificado precocemente, as chances de sucesso podem superar 90%. No ICB, temos tratamentos disponíveis para os cânceres de cabeça e pescoço e realizamos o acompanhamento com a nossa equipe multidisciplinar a partir de exames e biópsias específicos para a detecção da doença. São 7 clínicas no DF que realizam consultas, procedimentos e os principais exames e biópsias voltados para a detecção precoce da doença, além de possuir um centro de infusão para aplicação de quimioterapia e outros medicamentos”, finaliza.