Dia após dia, os golpes de falsos leilões ganham as manchetes de jornais de todo o país. Em maio, o Detran-PR (Departamento de Trânsito do Paraná) veio a público para alertar a população que criminosos estão utilizando o nome da autarquia para fazer novas vítimas. Por meio de nota, o órgão informou que não realiza leilões on-line e não detém qualquer canal para a realização dos mesmos. “Os leilões são realizados por leiloeiro público oficial, devidamente credenciado junto ao Departamento que estará sempre identificado nos Editais dos Leilões divulgados em nosso portal oficial”, diz o texto.
Segundo a autarquia, o uso indevido do nome do Detran-PR, assim como a utilização de sua logomarca, já estão sendo investigados. A principal suspeita é de que se trata de um golpe e pede a máxima atenção para que sejam utilizados apenas os seus canais oficiais.
Anderson Lopes de Paula, leiloeiro oficial de leilões judiciais e extrajudiciais, destaca que, assim como criminosos se passaram por leiloeiros para aplicar golpes envolvendo o nome do Detran-PR, tem se tornado cada vez mais comuns os golpes usando nomes de instituições oficiais. “Os criminosos utilizam plataformas de leilões para, através dela, fazerem falsos leilões utilizando dados dos leiloeiros de forma criminosa e fraudulenta. O objetivo dos golpistas é dar veracidade e criar uma falsa sensação de segurança, fazendo muitas vítimas em todo o Brasil”.
De Paula explica que as instituições oficiais, como o Detran-PR, contratam os leiloeiros por meio de credenciamento para executarem os leilões que, porventura, a instituição venha a realizar. “A instituição realiza o leilão através do site do leiloeiro credenciado e, assim, o leiloeiro faz uma ampla divulgação do bem. Assim sendo, utilizar o nome do órgão para divulgação faz parte do trabalho do leiloeiro, pois é a instituição que está trazendo bens para venda e todo o proceder do leilão é transparente e público”.
O problema, segundo ele, é que os criminosos copiam sites oficiais de leiloeiros e criam domínios que sejam de fácil busca na internet para aplicar seus golpes. Neste ponto, De Paula explica que a única forma de não cair em esquemas de criminosos que se passam por leiloeiros é prestar atenção a dicas importantes.
Detalhes devem ser verificados
“A primeira recomendação é nunca se cadastrar em um site sem ter a certeza de que o domínio do leiloeiro esteja igual ao do site que você esteja acessando. Para consultar os dados do leiloeiro e seu site, também é simples: vá no site da Junta Comercial do seu estado e pesquise”, informa.
“Neste site, ficam disponíveis dados como e-mail, telefone, celular e o endereço web do site do leiloeiro”, acrescenta. Depois de ter checado os dados, é necessário ir ao site e conferir se os leilões contêm o edital correto ali publicado.
Edital merece atenção
O leiloeiro oficial explica que o edital é o documento principal do leilão que possui todos os dados das partes envolvidas. Ou seja, do lado vendedor, o comitente que está colocando à venda os bens e, do outro lado, como responsável pelo leilão, o leiloeiro oficial, que deve ter todos os seus dados declarados de forma correta.
“Além disso, o edital deve obedecer a todas as leis e regras que embasam o leilão e informar o local onde este será realizado, se totalmente on-line, via plataforma de leilões, ou na forma presencial e on-line, sem deixar de citar as condições de pagamento, entre outras, se houverem”, complementa.
Sites falsos têm informações omitidas
Marilaine Borges de Paula, leiloeira oficial de leilões judiciais e extrajudiciais, afirma que, se observar bem, nos sites falsos as informações não são encontradas com facilidade ou são omitidas. “Na maior parte das vezes, os criminosos não informam o nome do leiloeiro responsável, pois seria fácil para a vítima entrar em contato com o leiloeiro e ficar sabendo da fraude”.
De Paula também conta que a maioria das fraudes em leilões falsos ocorre com vendas de veículos automotores. “Assim sendo, é importante que não exista nenhum empecilho para a visita. Se você estiver tratando com um site falso, vai notar que eles criam várias desculpas para que você não vá ao local e caia no golpe”, alerta. As imagens dos sites falsos, quanto ao local onde se encontram os veículos, são de endereços que podem existir, mas não correspondem ao leilão em questão, acrescenta a leiloeira oficial.
Vítimas devem agir com urgência
A leiloeira oficial informa que o InnLei (Instituto Nacional de Leiloeiros, Ciência e Tecnologia) criou em seu site uma plataforma de consulta em tempo real aos sites falsos ali registrados, onde as vítimas também podem denunciar. Para quem já foi vítima é necessário registrar um B.O. (Boletim de Ocorrência). “Caso já tenha pago algum valor, ligue para o gerente do seu banco, explique a situação, apresente o B.O. e peça o estorno da transferência”.
Para finalizar, De Paula ressalta que leilão é uma responsabilidade de leiloeiros oficiais credenciados nas Juntas Comerciais e em pleno direito de exercer sua função, seguindo rigor absoluto em sua conduta. “O leiloeiro possui equivalência profissional a um servidor público, pois possui fé pública delegada pelo Estado remetendo à responsabilidade de múnus público. Ou seja, lhe é imposta por lei o atendimento ao Poder Público o que beneficia a coletividade e toda a sociedade em geral”.
Para mais informações, basta acessar: https://www.e-leiloeiro.com.br