Entre 1876 e 1920, vieram para o Brasil cerca de 1.243.633 imigrantes italianos, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) compartilhados pelo site Oriundi. Entre 1876 e 1900, a emigração atingiu todas as regiões italianas, sobretudo as áreas do norte, incluindo três que, de forma conjunta, ofereceram quase metade (47%) do contingente migratório: o Vêneto (17,9%), Friuli Venezia Giulia (16,1%) e Piemonte (12,5%).
Com o estímulo do próprio governo, os italianos ganharam o mundo: os vênetos escolheram o Brasil, ao passo em que os piemonteses optaram pela Argentina. Nas regiões da Itália central, por sua vez, a emigração foi dividida entre os países do norte da Europa e os destinos transoceânicos. Desses imigrantes, uma minoria escolheu explorar outros países da América Latina, como Venezuela, Uruguai e Peru, ainda de acordo com o site.
A partir de 1860, os italianos que tinham o desejo de recomeçar a vida fora de sua terra natal começaram a partir com navios a vapor de Gênova, na esteira do desenvolvimento do transporte marítimo que estabeleceu a conexão entre o continente americano e europeu.
À primeira vista, os italianos e seus descendentes podem parecer todos iguais, mas basta olhar mais de perto para perceber uma série de diferenças sociais e culturais. É o que afirma Lilian Ferro, CEO da Simonato Cidadania, consultoria para o reconhecimento de cidadania italiana.
Ela confirma que Vêneto foi a região da Itália que mais enviou imigrantes para o Brasil. Oitava maior região do país, Vêneto tem 4,2 milhões de habitantes e sete províncias: Belluno, Pádua, Rovigo, Treviso, Veneza, Verona e Vicenza.
“Assim como o Brasil, há na Itália uma porção do território menos industrializada e rural e outra mais cosmopolita, urbanizada. Além disso, muitos imigrantes vieram para trabalhar nas lavouras, ao passo que outros vieram para a cidade, refletindo o que faziam na Itália”, explica Ferro.
Segundo a CEO da Simonato Cidadania, essas diferenças se refletem nos povos que aqui chegaram. “Basicamente, o Sul é a região de pessoas que trabalham na terra, e o Norte é mais cosmopolita, embora isso não tenha tanto haver com a imigração, pois 60% da imigração veio do norte da região do Vêneto”, explica Ferro.
Estimativas indicam que o Brasil possui, hoje, cerca de 25 milhões de ítalo-descendentes. Com isso, o país é hoje a nação com o maior número de descendentes fora da Itália.
Para mais informações, basta acessar: https://www.simonatocidadania.com.br/