Algum tempo atrás o marketing digital para psicólogos era repleto de preconceitos, isso porque muitos profissionais acreditavam que a divulgação dos serviços de psicologia na internet teria como consequência a mercantilização da profissão.
No entanto, a tecnologia avançou e, atualmente, todas as profissões podem se beneficiar das redes sociais, incluindo a psicologia, sem que isso banalize os serviços prestados pelo profissional. Na verdade, o efeito é contrário: quanto maior o número de psicólogos compartilhando a importância do seu trabalho nas redes, com conteúdos educativos e estratégicos, maior é a valorização da psicologia.
Mas, um problema comum entre esses profissionais é a falta de tempo para conciliar seus atendimentos com as redes sociais e a falta de habilidade para definir um calendário de postagens e até mesmo um roteiro para seguir. Por outro lado, existe a necessidade de marcar presença nas mídias sociais, principalmente o Instagram, e o número crescente de pessoas que optam pela terapia online ou que pesquisam nas redes antes de contratar um psicólogo.
Durante a pandemia da Covid-19, os conteúdos de psicologia rechearam as redes sociais, pois todos estavam vivendo um momento totalmente diferente e o número de pessoas com crises de ansiedade e outros problemas de saúde mental aumentou significativamente. Assim, os profissionais de psicologia passaram a compartilhar dicas de saúde psíquica e qualidade de vida, para diminuir a porcentagem de pessoas doentes durante esse período.
Com toda a situação, surgiu um aumento gigantesco no número de pessoas que não podiam mais ir presencialmente até uma clínica de psicologia ou frequentar o divã, ou ainda, pessoas que nunca haviam feito acompanhamento psicológico e terapia, mas sentiram a necessidade de obter ajuda profissional.
Para todos esses casos, a terapia online se tornou uma boa solução, e os profissionais de psicologia que ainda não estavam presentes nas plataformas digitais começaram a entender a urgência de compartilhar o seu trabalho na internet ou utilizar ferramentas para administrar os atendimentos e divulgar as consultas virtuais.
Segundo Maycoln Teodoro, diretor da Sociedade Brasileira de Psicologia e professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em entrevista para a Folha de S.Paulo, a previsão é que a terapia online continue em alta mesmo com a diminuição dos casos de Covid-19. Para Maycoln, muitos profissionais que não tinham praticamente nenhum contato com a internet precisaram entrar no mundo digital, fator que fez diminuir o preconceito e lotar a agenda de vários profissionais da psicologia.
Além disso, conforme dados do E-commerce Brasil, cerca de 93% dos brasileiros pesquisam antes de adquirir um serviço, comprar um produto ou agendar uma consulta, e a tendência é que esse número cresça ainda mais.
Por todos esses motivos, um profissional que deseja se destacar em meio à concorrência precisa ter uma boa presença digital. No entanto, os psicólogos precisam estar atentos sobre o que pode ser compartilhado nas redes sem ferir os códigos de ética.
Para divulgar o trabalho nas redes sociais e através de sites, o psicólogo precisa informar o nome completo, CRP e número de registro. O profissional deve divulgar apenas qualificações, recursos e atividades ligadas às práticas regulamentadas pelo Conselho de Psicologia. Lembrando que é importante manter o anonimato de pacientes, exceto por interesses mútuos e com consentimento.
De acordo com Isack Wesller, especialista em Marketing Digital, CEO e fundador da Publiko, existem algumas estratégias que psicólogos podem usar para compartilhar seus conteúdos nas redes sociais, como:
- Publicar apenas conteúdos confiáveis e de interesse do público-alvo (o que pode gerar mais autoridade e transmitir confiança);
- Conscientizar o público sobre a importância da psicoterapia e do cuidado com a saúde mental, quebrando preconceitos e esclarecendo dúvidas;
- Se manter próximo dos seguidores, compartilhando assuntos da área que são novidades, utilizando as ferramentas das redes sociais para interação e reforçando sua identidade pessoal e marca, criando um vínculo com os potenciais clientes.
Isack Wesller relata que muitos profissionais de psicologia se queixam da falta de tempo hábil para entender o funcionamento das redes sociais, planejar, personalizar e publicar conteúdos, além da falta de intimidade com a internet para utilizar estratégias de marketing disponíveis para psicólogos.
A solução, segundo ele, são ferramentas virtuais que garantem maior resultado nas redes sociais com menos esforço e de forma mais rápida. Ferramentas disponíveis que oferecem estratégias personalizadas e também milhares de postagens prontas para personalizar conforme o gosto profissional, além de automatizar o Instagram e alcançar mais pessoas. “Esses recursos são fundamentais para psicólogos que desejam manter a presença digital e crescer no Instagram, por exemplo, sem ferir a ética da profissão”, afirma Isack Wesller.
E o que os psicólogos não podem postar nas redes sociais? Segundo o Código de Ética o profissional de psicologia não deve:
- Fazer promoções ou usar o preço dos serviços como propaganda;
- Promover comparações com outros profissionais;
- Realizar divulgações sensacionalistas;
- Fazer diagnósticos por meio das redes sociais;
- Divulgar dados sigilosos de pacientes;
- Induzir a convicções políticas, filosóficas ou religiosas;
- Divulgar dados sem base científica;
- Cometer plágio ou violar as regras das plataformas.
Portanto, o segredo da presença digital, principalmente no Instagram para psicólogos, pode estar na própria internet. Especialistas como Isack Wesller afirmam que, profissionais de psicologia que ainda sentem dificuldades em marcar presença nas redes sociais podem usar a própria internet para aprender a utilizar o marketing de maneira estratégica, acompanhando dicas de especialistas, conhecendo ferramentas para adquirir intimidade com as redes sociais e divulgar seu trabalho de forma ética e simplificada, além de assistir aulas sobre o assunto e até mesmo realizar cursos rápidos e gratuitos.
O importante é, segundo Isack Wesller, continuar acompanhando os avanços tecnológicos e se beneficiando das redes sociais sem quebrar regras estipuladas pelo Conselho de Psicologia.