Dados do Serasa Experian apontam maior endividamento das empresas brasileiras nos três primeiros meses de 2023. Neste curto período, foram registrados 289 pedidos de recuperação judicial, número 37,6% maior que o registrado em 2022.
Além da questão do endividamento, a dificuldade no acesso ao crédito – maior neste início de ano – também pode ser um dos fatores que resultaram no aumento das recuperações judiciais.
O advogado Antônio Frange Junior, especialista em recuperações judiciais, explicou que os juros altos são a principal causa para a crise das organizações. Além de aumentar o passivo das empresas, eles dificultam acesso a empréstimos vantajosos.
Nestes casos, a recuperação judicial acaba sendo a fórmula para evitar a falência de empresas, além de preservar os empregos e manter a “roda da economia”. “Os empresários não estão conseguindo captar investimentos, muito menos acessar linhas crédito compatíveis com a atual situação financeira de suas empresas, acumulando ainda mais dívidas”, explica Frange.
O instituto da recuperação judicial garante às organizações mais prazo e melhores condições de negociar as dívidas. Hoje, a recuperação pode ser acessada por empresas e também produtores rurais.
“Deferida a recuperação, a empresa consegue se reorganizar e apresentar um plano factível para saldar suas dívidas e manter as atividades. Isso evita demissões em massa ou captação de recursos a custos muito elevados”, explicou o advogado, destacando que a recuperação judicial tem importante relevância social, principalmente com a preservação dos empregos.