A perda da coloração da pele em razão da diminuição ou ausência de melanócitos – células responsáveis pela formação da melanina – também é conhecida como vitiligo e de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, dados oficiais apontam que ele atinge cerca de 1% da população mundial e aproximadamente 1 milhão de pessoas no Brasil. Já o médico Antonio Lui, dermatologista do hospital Santa Casa de Mauá, alerta para a necessidade de conscientizar a população no combate ao preconceito e apoiar pesquisas nessa área.
Existem algumas teorias sobre a doença: a neural, que ocorre sobre a região de uma pinta ou nevo, causado por substâncias que destroem os melanócitos; a citóxica, que tem a despigmentação da pele e é provocada por substâncias como a hidroquinona presente em materiais como borracha e alguns tecidos e a autoimune, que consiste na formação de anticorpos que atacam e destroem o melanócito ou inibem a produção de melanina. Nesse caso, pode estar associado a outras doenças autoimunes.
No geral, é caracterizada por lesões cutâneas de hipopigmentação, com a diminuição da cor natural e com manchas brancas de diversos tamanhos. O vitiligo não é contagioso e não traz prejuízos à saúde física, mas pode haver impacto na qualidade de vida e na autoestima. Por essa razão, o acompanhamento psicológico pode ser recomendado. Além das manchas, ele não apresenta nenhum outro sintoma, podendo haver maior sensibilidade na área afetada.
“O vitiligo pode ser segmentar ou unilateral. Atinge apenas uma parte do corpo e pelos e cabelos também podem perder a coloração. Outro tipo é o não segmentar ou bilateral, considerado o mais comum e se manifesta nos dois lados do corpo. As manchas podem surgir nas extremidades, como mãos, pés, nariz e boca, com ciclos de perda de cor”, explica o médico Antonio Lui.
O diagnóstico é clínico, com avaliação médica das lesões e exames laboratoriais que também identificam doenças associadas. O tratamento deve ser orientado por um dermatologista, o qual levará em conta as características do caso e poderá contar com indicação de medicamentos, pomadas, loções e fototerapia que induzem a repigmentação das regiões afetadas, além de técnicas cirúrgicas ou de transplante de melanócitos. Com o tratamento bem aplicado, a doença pode ter controle e até completa repigmentação, sem apresentar diferença de cor.
Não é possível prevenir o vitiligo e parte dos casos conta com um histórico familiar. Assim, vale a pena estar atento às alterações e recorrer ao dermatologista, caso surjam lesões, a fim de detectar a doença precocemente e iniciar o tratamento.
Algumas recomendações para os pacientes já diagnosticados ajudam a evitar novas lesões ou acentuar as existentes, como evitar roupas apertadas, a exposição solar entre 10 e 16 horas, reforçar o uso do protetor solar, hidratar bastante a pele e controlar o estresse.
O Hospital Santa Casa de Mauá está localizado na Avenida Dom José Gaspar, 1.374 – Vila Assis – Mauá – telefone (11) 2198-8300.