Utilizados por poucos minutos, mas podendo levar mais de um século até atingir um estado completo de decomposição, os canudos de plástico são cada vez mais vistos como um problema pelas legislações. No Rio de Janeiro, onde os canudos representam mais de 3% do plástico encontrado nas praias, segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb), a utilização do objeto em estabelecimentos é proibida desde 2018. Em São Paulo, Goiânia, Brasília e Fortaleza, além de outras cidades do nordeste do país, há restrições desde 2019.
Os canudos de plástico, normalmente fabricados em um processo de extrusão, costumam ser feitos em poliestireno e polipropileno, matérias-primas de diversos produtos. No entanto, apesar da capacidade de reciclagem destes materiais, a utilização e descarte dos canudos não alcança os postos de separação para um destino apropriado, fazendo com que muitos das vezes esses objetos permaneçam no meio ambiente, inclusive oferecendo riscos para a vida marinha.
O CEO da fabricante de canudos de papel Canubio diz que o cenário tem colaborado para que cada vez mais produtos com propostas sustentáveis sejam desenvolvidos como alternativas ao plástico. “Hoje é possível encontrar produtos fabricados em metal, vidro, silicone, além de opções biodegradáveis como o papel”, disse Gustavo Ferreira.
Nos últimos anos, os canudos de papel biodegradáveis passaram a ser adotados por inúmeras redes de fast food e restaurantes como uma opção menos poluente para o uso descartável. “Os produtos que utilizam fibras naturais e compostos de plantas, apresentam biodegradabilidade, ou seja, estão sujeitos a uma decomposição mais rápida pelo contato com microrganismos e elementos da natureza como a água e o solo”, explica Ferreira.
Para o CEO da Canubio, a escolha dos produtos sustentáveis deve estar alinhada ao uso consciente sobre a finalidade dos novos recursos. “É preciso levar em conta que cada produto carrega sua própria proposta. Quando há uma intenção de substituir o uso descartável, seja em bares, restaurantes ou festas as opções de papel biodegradável são as recomendadas, porque passam por um processo de decomposição mais natural”, diz Gustavo Ferreira.