De acordo com dados coletados pelo boletim Mapa das Empresas e divulgados pela Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia em junho de 2022, o primeiro quadrimestre do ano registrou a abertura de mais de 1,3 milhão de empresas no Brasil, totalizando mais de 19 milhões de organizações ativas.
Segundo o boletim, 99% das corporações brasileiras são representadas pelas micro e pequenas empresas (MPEs), o que representa 27% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. De certa forma, um dos principais agentes para que tal crescimento acontecesse foi a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19 em 2020, fazendo com que os brasileiros buscassem novas opções de negócios próprios, uma vez que a taxa de desemprego chegou a 14,4% naquele ano.
Em contrapartida aos números apresentados, o Mapa trouxe, ainda, o dado de que, em relação ao mesmo período do ano anterior, a temporada de 2022 registrou 3,2% a menos de novas empresas, assim como aumentou 23% na estatística de quantas organizações fecharam as portas no primeiro quadrimestre do ano em relação a 2021. Para Mateus Evangelista, consultor administrativo e financeiro, o principal motivo que leva empresas e empreendedores a encerrar seus negócios precocemente é a falta de conhecimento do mercado.
“Vejo muitos novos empreendedores abrindo seus negócios sem um mínimo de entendimento em gestão, finanças, vendas e marketing e, apesar de hoje em dia o processo de abertura de MEI ou MPEs estar muito mais acessível e desburocratizado, sei o quanto é complexo manter um negócio em funcionamento, principalmente nos primeiros anos”, relata Evangelista.
Para o especialista, algumas estratégias visam auxiliar novos empresários, evitando que o fim do negócio aconteça. A ferramenta SMART, por exemplo, tem por objetivo fazer com que o empreendedor exponha suas metas de forma específica, mensurável, atingível, relevante e temporal.
“Outra ferramenta que gosto é a análise SWOT, na qual devem ser analisados quatro pontos diferentes da empresa: as forças do negócio, as fraquezas, as oportunidades e as ameaças, a partir disso, é possível traçar um plano de negócio estruturado”. complementa.
Evangelista ainda ressalta que, contar com um consultor especializado no início do empreendimento, pode fazer a diferença para o futuro da corporação. “No momento em que é notado a falta de conhecimento, recursos ou educação, contar com o auxílio de um especialista pode ser a chave para que o negócio caminhe corretamente”, diz.
Para ele, um consultor experiente visa fortalecer as operações, elaborar estratégias para diminuir as despesas e aumentar os lucros, e até mesmo criar um ambiente mais confortável de trabalho.
Um estudo realizado pela empresa Contabilizei, a partir de dados da Receita Federal, mostra que a expectativa do setor do empresariado brasileiro é de que haja mais de 4 milhões de abertura de empresas em 2023.
O empresário e consultor finaliza dizendo que o fato desse mercado estar crescendo tanto é de extrema importância para a economia brasileira. Porém, ressalta, “é importante que esses novos empresários tracem um plano de negócios viável e acompanhem o Balanço Patrimonial e a DRE de seus negócios, evitando que o número de abertura seja inferior ao número de fechamento de empresas”.