Nos últimos anos, o ESG ganhou grande destaque no mundo corporativo, sua sigla representa environmental, social and governance, em português se traduz para meio ambiente, social e governança. A empresa, quando trata do tema ESG, precisa ter um olhar para o meio ambiente, para a responsabilidade social e para uma governança corporativa transparente.
O expressivo aumento dos investimentos nas empresas que observam os critérios do ESG, demonstram a mudança nos interesses dos investidores, estes passaram a investir em empresas capazes de gerar valor socioeconômico ao mercado.
A demonstração de que o mercado brasileiro está alinhado com essa ideia é percebida desde o ano de 2005, quando se criou o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), tornando a Bolsa Brasileira pioneira na América Latina com tal iniciativa.
Estudos da Bloomberg Intelligence revelaram que os fundos de investimentos focados em critérios ESG ultrapassarão a marca dos US$ 50 trilhões de dólares até o ano de 2025. Se observou o crescimento nos últimos anos sobre o interesse de investidores nessas empresas, e ao que tudo indica, seguirá crescendo.
Vale ressaltar que, no mundo empresarial, por diversas vezes se concretizou direitos de “dentro para fora”, ou seja, muito antes de haver leis que tornasse obrigatório determinada conduta ou benefício, as empresas já as adotavam.
Um exemplo clássico dessa ideia é o benefício aos trabalhadores do décimo terceiro salário, este salário bônus surgiu primeiro no interior das empresas através do costume e somente depois veio a ser incorporado em lei.
A história revela que o costume acaba se tornando lei (proibitiva ou permissiva). Ao que tudo parece o ESG seguirá esse mesmo caminho.
Mas, qual é a ideia por trás do ESG? E qual é a sua contribuição para a sociedade?
Para o Advogado especialista em Direito da Empresa e dos Negócios, Djeymes Bazzi, a sigla representa uma mudança comportamental de todos os envolvidos na realização de negócios, inclusive, os consumidores. Comportamento este que teve início na década de 1970, com o surgimento do interesse dos investidores nas empresas que demonstravam preocupações com as questões da sustentabilidade.
“Estamos vivendo um momento histórico, as pessoas se relacionam e fazem negócios com pessoas e empresas que estão alinhadas com a criação de valor, quando se fala em valor estamos a falar de um valor socioeconômico, ou seja, os consumidores buscam adquirir produtos e serviços de empresas que demonstrem sua preocupação com o meio ambiente saudável, aliado à responsabilidade social e, claro, na demonstração de sua capacidade em gerir seu negócio de forma sustentável e transparente”, afirma.
Ele ressalta ainda que o termo ESG pode ser definido como a conduta ética de uma empresa conhecedora de sua responsabilidade com a sociedade na qual esteja inserida. “Quando se fala em responsabilidade social, por exemplo, se fala na capacidade da empresa em remunerar seus trabalhadores com salários dignos, possuindo uma política de inclusão social, combatendo toda e qualquer forma de discriminação e exploração do trabalho”, pontua.
Para o advogado, Djeymes Bazzi, a conduta da empresa que adota os critérios do ESG contribui de forma positiva para a sociedade. “Na questão ambiental tem-se como reflexo a diminuição de emissão de gases poluentes e, consequentemente, o controle do efeito estufa, a responsabilidade social se observa na busca pela diminuição das desigualdades, tudo isso alinhado ao comportamento transparente de governança ao agregar e informar os steakholders e, também, a sociedade como um todo”, esclarece.
Percebe-se que tanto os Millennials quanto os membros da geração Z demonstram interesse em perpetuar seus laços de negócios com empresas sustentáveis. Através de um olhar macro, percebe-se ser imprescindível a geração de valor para a continuidade da atividade empresarial, as empresas já perceberam isso e estão em busca de concretizar esses critérios não só internamente, mas também passando a se relacionar com outras empresas que também estejam alinhadas com tais critérios.