A agricultura intensiva, que envolve o aumento da produtividade e a redução do tempo de produção, traz desvantagens ambientais, que vão da poluição de nutrientes, devido ao escoamento de fertilizantes, à perda de biodiversidade, propagação de doenças e perdas de solo. Sobre essa realidade, a Organização das Nações Unidas ressalta que, a cada cinco segundos, o mundo perde uma quantidade de solo equivalente a um campo de futebol. Nesse ritmo, mais de 90% de todos os solos da Terra podem ser degradados até 2050.
O uso incorreto de pesticidas também traz impactos negativos ao meio ambiente por afetar colmeias de polinizadores. Nisso, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a produção anual de safras globais tende a ser ameaçada, visto que a perda desses insetos, como abelhas, pode gerar impactos entre US$ 235 bilhões e US$ 577 bilhões.
Diante dessa realidade, o PNUMA chama a atenção para ações que envolvam a produção de alimentos positivos para a natureza e a transformação dos sistemas alimentares. Para tanto, uma melhor gestão de fertilizantes deve ser pautada entre as iniciativas, como a reciclagem do fósforo, que pode aumentar a segurança alimentar e reduzir os impactos no meio ambiente. Para tanto, o PNUMA ressalta que fertilizantes sintéticos foram usados para aumentar o rendimento das colheitas durante décadas, porém alerta que o uso demasiado contribuiu para poluição de nutrientes em lagos, rios e ecossistemas costeiros.
A mesma atenção pede Daniel Maximilian Da Costa, fundador e principal executivo do Latin American Quality Institute (LAQI). Ele destaca que o nitrogênio e o fósforo, quando não são totalmente utilizados pelas plantas em crescimento, podem ser perdidos dos campos agrícolas e impactar negativamente a qualidade do ar e da água.
Por sua vez, Da Costa elenca maneiras pelas quais os agricultores podem reduzir as perdas de nutrientes de suas operações, como melhoria nas práticas de manejo, aplicação de fertilizantes na quantidade certa, com método correto, plantação de árvores, arbustos e gramíneas ao longo das bordas dos campos e engajamento nas ações coletivas de preservação ambiental.
“Os agricultores podem desempenhar um importante papel de liderança nesses esforços quando se envolvem com seus governos locais, organizações agrícolas, grupos de conservação, instituições educacionais, organizações sem fins lucrativos e grupos comunitários, entre outros, entendendo assim como medir o impacto da atividade no entorno, melhorando a comunicação com os grupos de interesse e adotando processos de melhoria contínua”, conclui.