Brasil é o quinto país com maior número de dados vazados; saiba como contatar um advogado em casos de crimes virtuais
Um levantamento da Roland Berger, apontou que o Brasil é o quinto colocado entre os países com maior casos de crimes virtuais, ficando atrás dos EUA, Reino Unido, Alemanha e África do Sul. A cada oito segundos, um brasileiro sofre uma tentativa de fraude. Os alvos são, especialmente, empresas de varejo, finanças, hotelaria e manufatura.
A pandemia de Covid-19 agravou o cenário de ataques cibernéticos, pois aumentou o número de atividades virtuais e os criminosos enxergaram inúmeras oportunidades de golpes. Eles têm diferentes perfis e estratégias, por isso, é importante conhecer as principais modalidades e saber como agir em casos de crimes virtuais.
O que são crimes virtuais?
Crimes virtuais, ou cibernéticos, são todas as ações ilícitas realizadas em ciberespaços que afetam a segurança de informação de um indivíduo ou de uma empresa. Na maior parte dos casos, os criminosos visam extorquir dinheiro ou roubar dados. Mas, atualmente, existem muitos tipos de crimes, que se dividem em três categorias:
- Puros – o sistema, o software e o computador são os alvos;
- Mistos – o computador é instrumento do crime;
- Comuns – o computador é um acessório, usado apenas para armazenar informações do crime.
Logo, conclui-se que existe uma abundância de infrações eletrônicas que se aprimoram cada vez mais para passarem despercebidas.
Crimes virtuais mais comuns no Brasil
Para evitar cair em golpes e se proteger dos delitos cibernéticos, é fundamental saber como os criminosos agem. Veja quais são os 5 crimes virtuais mais comuns no Brasil!
- Engenharia social
Engenharia social usa informações e dados que o próprio usuário compartilha, principalmente, em redes sociais. A mais recente figurinha do Instagram “Sua vez”, por exemplo, faz com que muitas pessoas divulguem informações pessoais inocentemente, para participar das ‘trends’.
Algumas pessoas postaram captura de tela das suas fotos de perfil do WhatsApp e os golpistas, com um número diferente e a mesma foto, puderam se passar por elas e pedir dinheiro dos amigos e família da vítima. Ou seja, o indivíduo entregou informações, que foram usadas contra ele mesmo.
Os criminosos não possuem trabalho nem de invadir os dispositivos pessoais, pois tudo que eles precisam está disponível nas redes sociais. Por essa razão, é necessário ter muito cuidado com o que se posta.
- Phishing
A partir de e-mails e links maliciosos, os criminosos conseguem acessar um sistema sigiloso ou reunir dados pessoais. Eles se passam por outras empresas e pedem para clicar em um link para “ganhar prêmios” e coisas do gênero, ou pedem as informações do internauta.
As reproduções são bem parecidas, por isso deve-se avaliar os e-mails e sites antes de conceder qualquer informação, principalmente, número e senha de cartão de crédito. Com dados importantes em mãos, os golpistas podem pedir recompensas e até mesmo vendê-los para outros criminosos.
- Espionagem
Essa prática delituosa é cometida tanto por criminosos quanto por conhecidos, como cônjuges e pais, que desejam monitorar a vida do parceiro/filho. Consiste no acesso, sem permissão, em dispositivos de terceiros, através de um software malicioso (malware).
Com essa tática, o invasor tem acesso irrestrito a tudo que estiver no aparelho da vítima: fotos, vídeos, conversas e redes sociais.
- Cyberbullying
Com o aumento de espaços para debates, o Cyberbullying se tornou uma prática recorrente, e muitas pessoas nem sabem que se trata de um crime. É uma forma de assédio moral, em que pode haver calúnia, injúria ou difamação. Pode-se considerar Bullying virtual, situações como as seguintes:
- Exposição de fotos íntimas;
- Montagens de fotos falsas e ofensivas;
- Usar termos pejorativos para se referir a aparências, deficiências e escolhas;
- Distorcer falas para induzir pensamentos críticos.
- Ransomware
Neste crime, usam um malware, carregado de vírus, capaz de acessar e até bloquear um dispositivo. Se instalam no computador por links e sites suspeitos que o usuário acessa. A motivação é quase sempre financeira, pois as vítimas acabam pagando para retirá-lo.
Como agir se for vítima de crimes virtuais?
Caso você seja vítima de um crime cibernético, não se desespere e nem se sinta culpado, os criminosos estão cada vez mais criativos e possuem tecnologias avançadas para te confundir. Você deve contatar um advogado criminalista ou especialista em Direito Digital e coletar as provas para apresentar o ocorrido.
Também é interessante contar com um especialista em informática para identificar a metodologia usada no crime e facilitar a investigação. Para realizar o boletim de ocorrência, vá à Delegacia de Polícia mais próxima ou, de forma virtual, pelo Portal da Delegacia Virtual do Ministério da Justiça e Segurança Pública.