Segundo relatório “Capitalizing on the promise of artificial intelligence Perspectives on AI adoption from around the world”, da Deloitte, que revela os dados e perspectivas sobre a adoção da IA a nível global, o investimento em novas tecnologias cresce em todo o mundo: 37% das empresas já implantaram IA, segundo o mesmo levantamento. Trata-se de uma expansão de 270% em relação a quatro anos atrás. Como resultado desta preocupação, têm surgido novas oportunidades no mercado – o que vêm atraindo os profissionais mais jovens.
Com apenas 21 anos, Enzo Pimentel Nassif, por exemplo, atua na área de cyber security no uso de IA e ML (Machine Learning) e já recebeu prêmios internacionais por sua arquitetura de ferramentas na área de cibersegurança. A IA passou de um “tópico de pesquisa esotérico”, sessenta anos atrás, para o uso em larga escala tanto por corporações, acadêmicos e laboratórios de ciência da computação.
Nesse contexto, o risco cibernético tem preocupado as corporações que empregam as novas tecnologias: 23% dos participantes da pesquisa da Deloitte classificaram “segurança cibernética vulnerabilidades” como a maior preocupação com relação à IA. A pesquisa também revelou que mais de oito em cada dez líderes de organizações que utilizam IA veem a inovação como “muito” ou “criticamente” importantes para o sucesso de seus negócios para os próximos dois anos.
Atualmente, o Brasil ocupa a 4ª posição (56%) entre os países emergentes que mais confiam na IA (Inteligência Artificial), atrás apenas da Índia (75%), China (67%) e Coreia do Sul (57%), segundo um estudo desenvolvido pela KPMG Austrália, em parceria com a Universidade de Queensland, e divulgado pelo jornal digital Poder360. De acordo com o balanço, 50% das empresas do país já utilizam IA, o que levou o país ao “top 3” dos mercados emergentes que mais empregam a inovação. China (74%) e Índia (66%) ocupam o primeiro e o segundo lugar, respectivamente.
Nassif é membro da ACM (Association for Computing Machinery) e é especialista na área de cibersegurança e IA, atuando na prevenção e proatividade na solução de problemas na área de tecnologia, IA e segurança tecnológica. Ele destaca o surgimento de novas carreiras na área de cibersegurança e com o desenvolvimento e criação de IA, tais como: especialista em detecção de ameaças de IA, analista de dados de segurança e engenheiro de segurança de IA, entre outras.
“Além disso, a inovação trouxe à tona oportunidades como especialista em ética de IA em cibersegurança, engenheiro de resposta a incidentes de IA e analista de risco cibernético de IA, dentre muitos outros”, complementa.
Ainda de acordo com o especialista na área de cibersegurança e IA, o avanço das ferramentas de IA na cibersegurança tem levado ao surgimento de carreiras que buscam à defesa contra ameaças relacionadas à IA. Tais carreiras, têm como principais objetivos garantir a integridade, a confiabilidade e a segurança das aplicações de IA e dos sistemas que utilizam essa tecnologia. Seriam essas: analista de segurança de IA, engenheiro de defesa contra deepfake, especialista em análise de ameaças de IA, entre outras”, explica.
Com efeito, um balanço realizado pela Cybersecurity estima que, até dezembro de 2023, serão abertas mais de 3,5 milhões de vagas de trabalho na área de segurança cibernética, com uma falta de profissionais capacitados para atuar no segmento em todo o mundo.
Segundo Nassif, a crescente interação entre a IA e a cibersegurança exige habilidades multidisciplinares, combinando conhecimento técnico com compreensão ética e legal das implicações das tecnologias. “A aprendizagem contínua e a adaptação são essenciais nesse cenário em rápida evolução”, afirma.