A partir deste mês de agosto o Brasil possui uma moeda digital. O anúncio foi feito pelo Banco Central (BC) e o nome oficial do Real Digital é Drex. Trata-se de uma versão brasileira do “Central Bank Digital Currency” ou CBDC. O novo nome vai “rebatizar” todo o projeto que o BC vem desenvolvendo.
Cada letra do Drex equivale a uma característica da ferramenta. O “D” representa a palavra digital; o “R” representa o real; o “E” representa a palavra eletrônica; e o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de transferência instantânea criado em 2020 pela mesma instituição.
O Drex é só uma nova forma de representação da moeda e tem paridade com o real. A solução funcionará como uma espécie de Pix e também permitirá a transferência de ativos financeiros de forma imediata. A expectativa é de que seja implementada em 2024.
Para Elisabete Ranciaro, Diretora da Consultoria Fiscal da Econet Editora, a moeda digital é mais uma medida para proporcionar um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios. “Além disso, o real digital é uma forma de democratizar o acesso à digitalização da economia por cidadãos e empreendedores. As apresentações virtuais da moeda, como o Drex, já estão sendo desenvolvidas por pelo menos 90 países e o Brasil está entrando nesta lista”, aponta.
Mas, na prática, quais são os benefícios das moedas digitais?
As moedas digitais devem mudar a forma como as políticas monetárias são realizadas em todo mundo. Para se ter uma ideia, com a implementação da solução, os governos poderão enviar dinheiro diretamente para o cidadão, sem intermediação de bancos, por exemplo.
A criação do Drex é mais um passo do BC para digitalizar cada vez mais a economia brasileira, com o objetivo de trazer mais eficiência e segurança nas operações financeiras.
O Drex terá três categorias de ativos:
- Drex Digital: para o atacado ou interbancário; moeda do Banco Central, que hoje os análogos são as reservas bancárias ou as contas de liquidação;
- Drex Tokenizado: para o varejo; versões tokenizadas do depósito bancário; que é o dinheiro em sua versão digital do que a pessoa física tem no banco;
- Títulos do Tesouro Direto: possibilidade de compra e venda de títulos públicos federais (TPF) no mercado primário e secundário.
Drex não é criptomoeda
Elisabete Ranciaro destaca que muitos brasileiros interpretam erroneamente o Drex como uma criptomoeda. No entanto, a principal diferença entre as duas moedas é a forma de regulamentação e o controle. “O Drex é uma ferramenta exclusiva do BC e pode ser definido como uma moeda digital brasileira, equivalente ao real. Ou seja, o Drex será emitido pelo BC exatamente como o Real convencional. Já as criptomoedas têm uma gestão descentralizada e não possuem fiscalização. As criptomedas, inclusive, são movimentações financeiras anônimas, segundo a Receita Federal. Por isso, o Drex traz mais transparência e segurança para os pagamentos”, esclarece a Diretora da Econet Editora.