*Nivaldo Sancinetti
Da janela de casa, localizada no interior, onde é possível ouvir o canto dos pássaros, e longe da cidade grande, entra a luz que ilumina minhas reuniões virtuais com executivos de diferentes países. Sem ter que pegar trânsito todos os dias para ir ao escritório, o tempo que era gasto no deslocamento, antes da pandemia, passou a ser usado para dar os toques finais em contratos e projetos a serem entregues aos clientes. E o almoço é em família, o que me ajuda a relaxar um pouco no meio do dia, para retomar à tarde ainda mais produtivo.
Sem dúvida nenhuma, o Home Office tão prolongado é uma verdadeira revolução que está acontecendo comigo, assim como com quase todos que podem exercer suas funções remotamente. É bom para as pessoas, que ganham mais qualidade de vida, e também para as empresas que podem reduzir os custos operacionais, com água, luz, internet, etc.. Mas é preciso cuidado. Para exercer devidamente as funções à distância, colaboradores e tomadores de decisão precisam ter em mãos os recursos certos para poderem trabalhar de forma eficiente.
Computadores móveis e celulares ajudam, mas não resolvem todas as questões de comunicação que o mundo corporativo precisa lidar, afinal, se por um lado o escritório deu lugar à sala de casa, por outro as reuniões presenciais viraram videoconferências. Os negócios ainda são fechados olho no olho, mas agora virtualmente. A recepção, que recebia e transmitia as ligações para os setores, cedeu lugar a aplicativos que conectam os dispositivos móveis, por meio de uma mesma interface, permitindo que, de qualquer lugar, a chamada possa ser atendida.
Na minha experiência em home office que começou em março, quando a quarentena foi anunciada, a obrigação e a preocupação em estar fisicamente no escritório foi substituída pelo desafio de manter uma boa conexão de internet e ter tecnologias que garantissem qualidade na comunicação. Assim, devidamente munido de aplicações e soluções de comunicação unificada, tudo ao meu redor se tornou uma ferramenta de trabalho, o que ajuda bastante, especialmente quando é preciso falar com clientes de outros países, com diferentes fuso-horários.
Em um cenário mais amplo, profissionais de quase todos os setores do mercado podem se beneficiar do uso da tecnologia para se adequarem ao trabalho remoto, dos atendentes de contact center até vendedores, contadores, advogados, desenvolvedores de programas, designers etc. Basta contar com as ferramentas certas.
Daqui, na janela de casa, onde a seriema está cantando, dá até saudades da cidade grande, e do contato com as pessoas do escritório. Mas, mesmo quando a vida voltar ao normal, quando pudermos sair sem medo de casa, as nossas rotinas com certeza terão mudado. O trabalho remoto veio para ficar, só faltará adotar as tecnologias certas e escolher de onde você quer trabalhar, na rua, numa casinha no interior, ou seja seu office pode ser anywhere.
*Nivaldo Sancinetti é vice-presidente de vendas da Mitel para América Latina